sábado, novembro 22, 2008

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Irmãs


Belas, iguais de personalidade quase atraente. Privilegiadas pela morenitude de curvas e madeixas de balanço sedutor. Uma simples até na arrogância e a outra mais fascinante por só simples. Mas, ambas envolvendo o mundo no caminho florido de uma primavera sem flores visíveis nos beijos da cidade.

Há uma solidão convivendo na pulsante carência exalada atraindo abelhas descontroladas, que ferroam e logo morrem. Olhando bem, povoa uma inocência promíscua própria da particularidade da dupla de olhos tristes. Sentam na calçada e a lua vem dizer boa noite. Elas não percebem e continuam...

Elas ignoram o mundo, mas, vestem os trajes ignorados, pois o perfumam com uma brutalidade delicada que apenas a elas convêm. Elas apaixonam dons desavisados de língua entre os lábios e mãos maliciosas em busca de carnes mais quentes. Viram para o oposto sem pensar. Dão dois passos e acabam sorrindo.

Estão juntas em casa. Estão separadas em casa. Falam e não conversam. Ficam no espelho para depois não se verem em outros lugares. Há uma beleza prevalecida na morenitude imponente chegando antes delas, por aquele aroma atraente. Seriam apenas estátuas na antiguidade. Não quaisquer. Helenas de “tróias”.

São irmãs. São solteiras. São flores de plásticos mortais... Só não se sabe separá-las, mesmo não estando juntas. Flores sim. De jardim não. De nenhum, aliás, pode procurar. Elas são simples, cada qual a maneira única.Só há uma vaga certeza: Não há espinhos nestas flores, mas regá-las pode nos impedir de colhê-las.
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