domingo, julho 25, 2010

Consciência plena

8 como se tivesse tirado com a mente, a imagem do texto estava lá fora a minha espera para ser captada pelos meus olhos e lente... tirei neste domingo...

por Rafael Belo

Não estava escrito nas estrelas nem era parte de alguma profecia, mas de alguma maneira fora do alcance de explicações era para acontecer. E aconteceu... Mas, antes os caminhos teimavam em não se cruzarem por mais paralelos a estarem. Por mais próximos, a distância era o motivo do acontecimento porvir anos mais tarde. Nada de paixonite aguda ou devaneios adolescentes, a vida já havia lhes ensinado a temerem e ficarem bem atentos a relacionamentos malfadados de todas as maneiras. Mesmo assim - por mais experientes - aquele Sentimento a os invadir em um olhar, ao primeiro contado iria ligá-los por Tempo indeterminado.

Eles não acreditam em Amor a primeira vista. Aquela conexão instantânea, aquele encontro de almas e batimentos cardíacos inusitado eram sim a Verdade. Amores a primeira vista acontecem... Acontecem - em real – a cada visão a dois construída. Esta era a consciência deles e o passado não os impedia de estarem juntos. Aquela completude a os envolver e bem maior de qualquer pensamento, não queria nem devia ser compreendida. Dons não devem ser questionados... O Mal em si só inexistia ali, tanto porque era uma entidade fabricada. Sim, existe! Condensado em várias supostas contradições de nós, humanos. Não dentro de uma dualidade inquestionável onde se nasce para ser um rótulo romântico.

Ela e ele eram conscientes. Eram racionais, mas o corpo também pensa pela alma pelo coração a trazer um sentido superior e assim continuavam a ter consciência, no entanto, bem mais completa. Esta parecia ser a manifestação de uma força criadora do Universo, criando tal universo no universo particular de cada um dos dois. Não importa o nome dado a Algo para se enxergar cego. Para acontecer em pleno Sentimento dia após dia como se cada data fosse o piegas e viveram felizes para sempre...

Felicidade de poder simplesmente Sentir. Era a manifestação de ambos. Um beijo um cheiro as palmas cruzadas em dedos, este era o presente do presente dia. O primeiro olhar o primeiro toque o primeiro envolver de lábios e línguas e as primeiras vezes repetidas a primeira vez de novo e de novo... Todo encontro como se fosse há um longo tempo. Sem estar escrito nas estrelas sequer sendo parte de alguma profecia, mas de alguma maneira fora do alcance de explicações estava acontecendo.

sábado, julho 24, 2010

Acordar


8  o que há de se dizer esta dito mesmo em silêncio...  Foto da invasão colorida do fundo de casa, captei hoje mesmo rs...




Sinto em ti o encontro da Felicidade
toda a raridade faltosa nos humanos
cada Beleza, situando, concentrada para ser Mulher
há todo o Paraíso condensado neste olhar alado
marcado de um encontro somente para corações

[sinceramente seu sorriso me persegue feito um sol só para mim]

existe Sentimento espalhado em cada centímetro de tocar você, sensações
ah Musa Poesia, luz base das estrelas fonte de vida do Sol
vejo no farol do teu olhar a expansão divina do universo

quando verso meus olhos para os sonhos tua alma me salva me verte e meu sonho se perde no teu Alvorecer.

(Rafael Belo, às 9h35 de sábado, 24 de julho de 2010.)

quinta-feira, julho 22, 2010

Declaração crônica para o Sentimento

8 imagem do teto de uma das minhas moradas... captei há quase uma ano...

Por Rafael Belo

É estranho quando um sentimento nos invade e nos alça do chão rumo ao desconhecido. A força e a intensidade do domínio mostram nosso total descontrole sobre nossos planos não planejados. Cada palavra dita é um passo dado rumo a uma aventura interminável mesmo com o fim em algum ponto. Mas, tal fim não significa término e sim conclusão de algo pronto para transcender, se transformar em algo mais, além de denominações. Superior a qualquer entendimento e acima de todo sentimento inútil de posse. Pertencer a uma entrega e a um Tempo para tudo é a única possessão a trazer um sorriso bobo e matreiro a cada hora do dia. É inominável intensamente sentir.

Raciocinar é preciso, claro. Mas limitar-se a se conter motivado por possíveis dores futuras é o verdadeiro perder do raciocínio. É limitar-se e conter-se para no meio prender o outro e aprisionar-se. É como procurar razão quando nem sempre ela é precisa, pois há o sentimento declarado mesmo entre as linhas, nos olhares, no silêncio e em outras falas e atitudes. Para não perceber tal existência há de se ser cego. Não a cegueira dos olhos, mas, a do corpo, a de todos os sentidos suscetíveis a ‘saber’ antes de qualquer razão. Por isso, o chão não se faz necessário.

Cada passado vale para chegar onde estamos. Somos tolos humanos e nem sempre aprendemos. Continuamos o mesmo burro erro – me perdoem os burros, seres eqüinos tão inteligentes. Mas, na presença de deflorar um sentimento novo vem o estranhamento, a falta de novo do chão e aquela mente voadora na felicidade tomada pelo impalpável. Muitas vezes - ou seriam todas elas?! - neste ponto nos acomete a surdez. Não ouvimos aquele raciocínio nem sempre necessário e aquela voz amiga pesada incitando nossa lembrança e talvez cicatrizes entreabertas. Então, o mesmo raciocínio deveria nos dizer: “Se está entreaberta não teve conclusão. Pelo menos não para você”...

Mesmo para os feitos de aço e pedra a vontade de ter este sentimento é inegável em algum ponto dentro destes. A declaração crônica para o Sentimento não vem fácil não vai fácil. Em algum momento queremos ou estamos no ‘ponto dentro deste’ dito há uma linha. Desejamos esquecer o fato de uma relação ser feita e desfeita por todos os envolvidos. E assim a vontade de sentir aquele início retorna sem nem ao menos chegar aquele fim sem ser término. Pensamos novamente: ‘É estranho quando um sentimento nos invade e nos alça do chão rumo ao desconhecido’. Para então ser constantemente ‘como se fosse a primeira vez’ é preciso ser esforçar... Para assim ser.

domingo, julho 18, 2010

'Almas justiceiras'

8 as chamas da morte são as chamas da vida, pois você pode sair de dentro da Justiça Divina, mas a Jusstiça Divina não sai de dentro de você... Captei no meu shorts de dormir rs

por Rafael Belo

Havia um odor e um som pertencentes à outra época dentro da cabeça dela. Eram distantes e profundas lamúrias agonizantes de dor... Em latim. Ela nunca falara absolutamente nada sobre. A trilha, quase inaudível, habitava alguma parte de sua mente ou seria a alma ou seria o coração? Joani lia compulsivamente aqueles acontecimentos referentes ao fim de uma investigação enquanto imaginava os porquês de um som apenas e um cheiro somente, cantarolarem e se alastrarem em alguma parte oculta de si.
Era um mau pressentimento fundamentado em seus blecautes silenciosos. Lendo ela descobriu... A assassina em série era descrita como ela. 1,69 cm, cabelos arruivados... Busto médio e quadril farto. Mas, suas digitais identificavam alguém morto. Inexistente diziam ‘os jornais’. Bem, ela tinha razão. Habitava em Joani uma assassina. Sua alma era antiga. Sob o claustro de uma igreja fantasma para suas ações, a Purificadora, matava sim, mas aqueles pecadores sem clemência não dispostos a reconhecer crimes e erros perante ao Senhor. Não era fanatismo. Era o motivo de toda sua criação.

Depois de sua primeira morte, sua alma era duas, suas marcas múltiplas, suas digitais. Enquanto havia luz era Joani, quando as sombras eram mais era Jiana a Purificadora. Não havia a possibilidade de Joani saber de seu reflexo pretenso a justiça divina. Ela ia além da mera dizimação das almas atormentadoras. Purificadora deixava rastros para os investigadores brasileiros em todas as regiões, tais pistas levavam a assassinos reais, não a ela uma arma nascida. Jiana dizimava até as lembranças dos seus dizimados, assim ia quaisquer vestígios das suas existências. Mas até quando todos esqueceriam?!

Assim, Joani fechara ‘os jornais’ do dia sem saber ler sobre si e seus olhos prateados noturnos, ao dia um mel denso. Seu pressentimento fora cautelosamente afastado por Jiana. Podia tomar seu chá com leite quente e preparar a defesa pessoal de mais um tropa de elite secreta criada justamente para silenciar os apontamentos das pistas elaboradas às sombras, desta vez estava no extremo sul. Por enquanto escolhia o quanto frio gostaria de passar naquela boa brisa gélida abaixo de 5 graus negativos. Como sorria nesse frio ‘gostoso’. Logo teria de liderar uma das tropas de elites ocultas. Não iria demorar. Havia um odor e um som pertencentes à outra época dentro de sua cabeça. Eram distantes e profundas lamúrias agonizantes de dor... Em latim.

quinta-feira, julho 15, 2010

03 de julho de 2010

 8 captei em uma manhã de sábado, quando as nuvens se destacam ou não é difícil não reter este momento.


Manhã de Sábado (Rafael Belos às 9h30).

O ritmo do martelo martela a manhã
com uma manha tacanha, de um amanhã.
sons metálicos no concreto, aberto para destruição,
ilusão do desfazer das partes, nas refletidas batidas
ecoando pelas estruturas, estremecidas entrementes
obstruídas na continuação do feito de bater
no apoio do esqueleto urbano, repaginando
repintando para outra função exercer,
martelando constante a reforma da
forma martelada para a cidade falar
em se desfazer.



Esconderijos (Rafael Belo às 10h34)

Nas salas espalhadas se espalham
rostos conhecidos despertos aos simples passar
diante, adiante as vozes do reconhecimento
faz o retorno no entorno do topo
longe do derradeiro chão, como lembranças
falsamente esquecidas, guardadas na
marcada sala vazia até então, quando
os esconderijos velados acenderam as velas
para a bruxuleante recordação em
uma oração simples – abraços beijos
e nova separação.



Rivais (Rafael Belo às 12h42)

Opostos por decisão e línguas
divergentes por jogos, displicentes
campos contrários dedicados a não se entenderem
no enternecimento da expectativa,
telespectada, a razão de viver de cada
um, no esforço de não se gostar por puro,
puro fingimento espontâneo, no contínuo espaçamento
temporal, de querer ser rival, estar rivais pelo
entretenimento.

terça-feira, julho 13, 2010

Pelo (T)empo

8 Lá fora há cinza, branco, nuvens...E por trás o céu. Captei só para ilustrar este texto verídico rs...

Por Rafael Belo

Passaram cerca de 120 dias, mas enfim veio a chuva. Primeiro os ventos foram ficando intensos e ao final da tarde já trepidavam as janelas. Então, veio à primeira de muitas gotas e a sequidão começou a dar tchau. Choveu até as primeiras horas da manhã desta terça-feira (13). De 33% de umidade relativa do ar passou de 83%, a temperatura caiu 20°C. Mudanças repentinas. No caminho para o ônibus ainda tinha certo chuvisco. No aperto do quente ônibus cheio e embaçado nem todos acompanharam a previsão do tempo, melhor dizendo nem todos acreditaram nos ‘videntes’ meteorológicos, portanto não estavam preparados para os 8°C lá fora.

Estavam todos em silêncio. Deviam estar pensando no calor da cama ao invés de encarar um gélido dia cinza e o apertadíssimo transporte público. Ninguém nem sequer comentou a mudança temporal. Quando não há nada a dizer não se comenta o tempo?! Sair do calor maçante para o frio repentino parece ter sido uma afronta para a população de Campo Grande. Mas, respirar direito depois de dois meses... Fundo e umidamente fez a manhã ser feliz e produtiva. ‘Deve voltar a chover na sexta’, me diz o meteorologista. A frente fria - motivadora e atração da chuva – se foi...

Ficou a massa de ar polar recorrente lá do Sul. Aliás, o Rio Grande do Sul perdeu muitas árvores para ventos próximo dos 110 km/h. A umidade alta e a temperatura baixa devem ficar de férias por aqui até o fim de semana quando essa massa volta a nos deixar a mercê de muito calor e mais seca ainda. Engraçado é pensarmos no frio como ausência de sol... O pior é se queimar não só com a ideia mas com o fato de ser pura balela. O sol nunca se ausenta e seus efeitos às vezes são bem mais intensos neste tempo – quando não o vemos, mas lá ele está.

Lá fora as nuvens cercam todo o céu até qualquer horizonte possível de ver. A poluição parece diminuir tanto como ‘fumaças’ tóxicas quanto sonora... Há um silêncio - não só dentro daquele ônibus me levando para o emprego cerceando até as barulhentas obras inacabadas e tão longas – de desconfiança de algo vindouro. Tudo parece uma premeditação ‘climática’ nos dizendo sobre o planeta não ser o mesmo, o mundo ser outro, das estações não estacionarem na nossa previsão, mas mesmo assim recriamos nossas repetições pelo tempo.

domingo, julho 11, 2010

Trilha sem nexo

8 captei da poltrona de casa para a noite entrando em contraste peculair incandescente decadente...
Por Rafael Belo

Hoje senti o peso do olhar dele. Ele malhava silencioso e sedutor e eu fingia que não olhava. Ele não é como os outros. Claro... O pensamento não é original e nem o próximo: Ele É diferente. Meus pecados serão redimidos quando... Perceba... Não há se... Quando... Acertarmos-nos... Ele me deseja. Não sou nada de mais, mas tenho um ar inocente e uma atitude, disse ele. ‘Nome gostoso de ter na boca’ ele sussurrou certa vez e soletrou o mais devagar possível: Na i a na... Exatamente com esta separação. Só pude me arrepiar e fechar os olhos imperceptivelmente. Ah, Arauto... Peculiar nome...

Foi há tanto tempo. Não pensei em reconhecê-lo quando nossos olhares se seguraram no meio de uma frase qualquer de reencontro. Uma porta aberta no meio da noite como se não estivesse trancada e a lua invisível já não passasse do meio deste universo... Insólito. Aquele olhar aos 17 quase 40, volta agora aos 33 praticamente centenário... Coisas inacabadas deixadas simplesmente para trás parecem nem ficar por onde deixamos, acabam neste olhar nostálgico ainda jovem pela porta de uma noite cansada brisando.

No fundo desta única lâmpada algo diz não haver solução nem explicação para tudo. Motivo então, metade das vezes são criados por pressão. Os impulsos hormonizam a nossa falta de harmonia e avançam pela noite convidativa por mais... Nem toda porta aberta serve para entrar ou sair às vezes é janela para lembrança e muito mais. O peso do olhar dele malha minha mente maculada feito um blues prendendo ao fim de um filme como um vício misturando Ska dos Paralamas do Sucesso repetindo e repetindo... :

A vida não é um filme você não entendeu, Ninguém foi ao seu quarto quando escureceu, Sabendo o que passava no seu coração, Se o que você fazia era certo ou não, E a mocinha se perdeu olhando o Sol se por, Que final romântico, morrer de amor

Relembrando na janela tudo que viveu, Fingindo não ver os erros que cometeu
E assim, Tanto faz, Se o herói não aparecer, E daí, Nada mais...

Talves minha vontade de ser seduzida me fez criar Arauto e quem nem exista no final seja eu. Uma ideia romântica de guerra e paz enquanto o 'real' é um hibridismo sincretizado em pouco mais de algumas linhas quando o medo de se aproximar sempre distancia mais e mais em uma razão de Platão.

sábado, julho 10, 2010

Quarteto em movimentos para o 'fim'

8 o sol adere, ao meio da tarde, às sementes do fundo do meu quintal. captei neste sábado...

Ao fim

Tudo acabou quando chegou ao fim. fechado. lacrado.vedado. enterrado. Para não mais. súbito, depressa igual a pressa de chegar. o intuito de atrasar a desculpa de acelerar o tempo. até o tempo parar para as lágrimas avermelharem os olhos pesados na feição e envelhecerem antes de caírem pelo caminho do rosto ao gosto de todo descontrole agarrado às mãos vazias ‘desprovida’ de um consolo contínuo na vida (in)contida.

Às 22h27, 09 de julho de 2010 (Rafael Belo)

Sempre indo

Passou a morte. Alguém não morreu... Eternamente? Alguma vontade de prolongar o já foi permanece um éter na mente, suspensa na dualidade da fé quando a dúvida chora e o corpo sepulta e ressuscita a ausência na flora definhando, posicionando o sol na aquarela poente, mesmo em um dia de noite enlutado resoluto por mais uma ida teimosa, solitária até se for, por enquanto quem fica reúne o inconformismo conformado em ser formado para ir.

Às 09h10, 10 de julho de 2010 (Rafael Belo)

Falta de umidade

Escorreu a água no pátio, decreto do fácil terminou montado em palcos do suicídio de tanto trabalho por nada, cara limpa mesmo toda pintada de nariz vermelho, a pressão do joelho a não mais equilibrar, a transição sucessiva a descontinuar, um prolongamento onde o peso se vai para o vento desmatado levar a gente, seco(s).

Às 10h40, 10 de julho de 2010 (Rafael Belo)

Torneira mal fechada

A projeção apagou a lousa, sem marcas hidrográficas no painel de giz, alérgico ao pó, despedaçado em blocos compactos, a espirrar a dor das roupas, desnudas das peles, apagadas dos humanos, abaixo delas, fantasiando um existência de claquetes e ações onde a desistência é a abrangência do raso com uma ausência sórdida da morbidez caótica da repetição. Sem um amanhã dividido em luzes.

Às 13h36, 10 de julho de 2010 (Rafael Belo).

quinta-feira, julho 08, 2010

Passagem para permanência

8Imagem do dia combinando com o escrito do dia. Fim de  tarde, visão da minha casa. E aqui vai o meme dos 7 pecados capitais a minha maneira confiado pela querida Lezinha do La Sorcière (Agora indico para a querida Naty do Revelando Sentimentos e para a Jamy do Com a palavra...)


por Rafael Belo

Nem o sangue é real. Nem o rubor é crível. A abstinência virtual me fez bem. Sentado em frente a uma tela... Ram... Não mais além do necessário. A realidade me alucina muito mais... Muitas pitadas de imaginação são necessárias... Mas, a sinceridade das coisas palpáveis me são mais agudas. No entanto me abster de mim quase descontrola minha energia. Desestabiliza-me. Adoece minha alma tão propensa a criar sempre. É meu pecado de sumir, de desaparecer de permanecer temporariamente na minha passagem ao meu molde.

Meu egoísmo de guardar uma criação a deixar de me pertencer ao ser criada. A consciência de estar devendo, de estar na luxúria de escolher e irar-me com um mundo não pertencido a quem não lhe pertence. Uma cobiça inversa de desejar ser ordinário por momentos passageiros, não permitindo sequer o fim da ideia para passar. Talvez a inveja de querer ser célebre e não o desejo permanente de ser anônimo. Mas, a rotina de abster-se de aparência e aparecer é um bem a não ser nunca negado por mim mesmo.

É um simples disparate deixar-me adoecer por não escrever, tocar, socializar... Confinar-me na minha insignificância sem passagem para lugar algum pensando no meu não-lugar tão possessivo e... Minha loucura precisa da sanidade da saída de todos, de um silêncio significativo e desolador, pois da dor vem mais crescimento, mas também vem a avareza aliada a uma gula inversa de esquecimento, porque meu real alimento são as novas ideias, os olhares do avesso tão devoradores de mim. Todo o resto é velho...

Minha passagem para permanência vai preguiçosa, mas vem tão voraz e arrebatadora a se espalhar em tinta e grafite e papel por toda parte a me cercar, tanto a não ter dedos, teclas e horas suficientes para atualizar e quanto há a impossibilidade... Parece passado, outro tempo, outra escrita aí vem à razão da preguiça. Mas, não posso terminar de pecar sem dizer meu maior pecado... Cansar fácil do meu fazer e ter de mudar e mudando de novo transformar... Assim acabar vendo o vazio tomando conta por aí e às vezes tão perto a me deixar à vontade para acariciá-lo e me aquecer deste frio.