terça-feira, agosto 17, 2010

Sinapses entre loucura e lucidez


8 quando momentâneamente as importâncias se invertem, o buraco se abre cheio de entulho e queimadas... Tirei no bairro ao lado...


por Rafael Belo

As pequenas coisas viram grandes coisas quando a irritação é a sensação mais absurda tomando conta do corpo. Trabalho de domingo à tarde costumeiro em casa acompanhando jogos deixa de acontecer quando a internet pára de funcionar na hora do trabalho analítico online. Muitas opiniões e comandas e dá-lhe pegar o carro e cruzar a cidade para chegar a redação. Como se a sexta-feira 13, supersticiosa e mitológica, fosse o primeiro dia da semana 15.

Senhas não funcionando, alarmes ensurdecedores com sensores de movimento, ligação para pedir senha de colega, no ‘meio do expediente’ novo disparo, nova irritação, nova ligação, veículo apagando em plena Avenida... Sem querer funcionar, mas o sinal estava fechado só a atenção foi concentrada dos outros. Sinal abriu, carro funcionou, mas a irritação continuou... Deixamos-nos levar por tão pouco. Adianta ficar irritado? A internet voltaria? O carro não apagaria? Um estopim virtual incendiando prestes a chegar a bomba real e estourar... Mais fácil ser retirado o pávio. Situações limites apitando feito panelas de pressões na cabeça. Tolerância zero.

Este parece ser um dia típico de muita gente. Até aparentemente sem mais nem porquê cometer uma ‘bobagem’ e ser notícia fichada ou sepultada. Respirar fundo e prestar atenção ao redor ajudam, assim como aos nossos atos e educação. O estresse é cotidiano e a supressão de nossos sonhos e vontades ficam guardados em alguma gaveta cerebral querendo ser arrancada, espalhada, realizada ou simplesmente considerada. Não há esquecimentos nos nossos delírios silenciosos.

Por isso família, namorada e amigos auxiliam o estado de demência não adoecer nossa alma, não endurecer nosso coração, não sermos movidos por pequenas coisas tolas nem ao menos deixarmos estas se agigantarem como uma possessão do nosso pior em um momento de desequilíbrio. A calma às vezes vem simplesmente do se permitir ser mais forte, quem sabe chorar se preciso, da retirada dos nossos entulhos acumulados de desnecessidades, da humilde presença, daquele abraço, da palavra e do terno olhar.

Um comentário:

Deise Anne disse...

Sexta-feira 13 para apavorar, família amigos para acalmar!


Rafa, meu Belo, to sumida mesmo... mas vez por outra apareço e passo por aqui.

Beijos e até!