quinta-feira, dezembro 23, 2010

Fazei seu pregar e pisai firme

*(Há algo escuro criando uma dimensão cinzenta entre as tonalidades de nós mesmos... Captei há uma semana em busca de um raio solar final)


por Rafael Belo
Há um movimento, estou certo, de inconsciência coletiva para fazer tudo ao mesmo tempo. Menos antes da 5h da matina, mas tirando este horário não há escapatória. Se você pensa em sair mais cedo de casa lá está o congestionamento te esperando. Se acredita em sair mais tarde ficará engarrafado da mesma maneira. Caso almeje ir ao supermercado – este realmente – não existe uma hora sequer de vazio ou rapidez. Filas e filas sempre nos aguardam em qualquer esquina. Talvez haja um tamanho vazio de pensamento a nos fazer pensar a mesma coisa e agir do mesmo jeito enfadonho de reclamar daqui e dali, buzinar lá e acolá e xingar impacientes de repertório chulo e limitado.

Parece haver um ar de perdidos na noite, no dia, na madrugada, na tarde por toda manhã seguinte... Como se uma cidade inteira passasse a madrugada on-line totalmente ligada em coisa alguma. Assim de um dia para outro a criança vira uma adulto infantil, às vezes não nos atos, mas na forma de ver o mundo e de raciocinar. A adolescência se estende porque não deixa de ser infância... E lá vem de novo a ideia de eterna juventude com os cosméticos e cirurgias a preços acessíveis ou simplesmente parcelados por ‘uma curta eternidade’ sempre aos atalhos para não cansar muito, não pensar demais, não suar em demasia...
Invoca cada fala um silêncio irritante não o apaziguador e necessário pelo bom senso. Aliás, dizem este ser o item mais procurado para presentear no Natal e ser a promessa mais extravagante do Ano Novo... Bom senso cadê tu? É um ritual de uma rotina de excessos... Então, você se vê obrigado a ser atacado por guerras de egos constantes disfarçadas de conquistas e vontades e, no entanto, fazem um barulho de roedor invasor e despencam sem perder a pose claramente em ruínas naquelas entrelinhas da expressão do tempo maquiada. Assim é possível dizer: "O nada move esta situações de cúmulos acumuladas..."

Chega o Natal bem no findar de sexta-feira. Por um Papai Noel símbolo de gastos e fartura é neste momento – apesar das tentativas de fuga e reclamações claras – da família se reencontrar, dos amigos conseguirem se rever, das barreiras serem quebra e a esperança renascer... Comemora-se por deslocamento de tempo o nascimento de uma Figura de Fé, um Homem exemplar cujo caráter nunca poderá ser questionado. Mas o mundo parece ser bem brasileiro e recorrência a fé vem mediantes de uma conquista pessoal... Mesmo assim, há um movimento, estou certo, de consciência coletiva para fazer cada quintal um lugar melhor.

terça-feira, dezembro 21, 2010

Fantasia temporal

*(Quando o sol se vai ou quando vem é sempre um novo início ou um outro fim, mas sua beleza colore qualquer aquarela sem tinta... Captei antes de fotografar uma noite musical)




Dão bom dia os primeiros sons da minha manhã
rosto amassado, face inchada, cara pronta para bater
os raios solares acariciam os olhos fotofóbicos cheios de bocejos
e toda a preguiça se aloja nas engrenagens da carne no cerne do desejo de dormir
um  cansaço improvável me gruda na cama como calado carrasco do entusiasmo matinal

Palavras se ouriçam e ficam caladas na boca se retorcendo em lábios desativados
enquanto brigam os pássaros um espaço na imensidão azul e cantam para o clarear
as horas passam pelos passageiros sonolentos despertando enfim um caminho do Sul
dando um Norte de satisfação para quem dormiu no ponto e acordou para caminhar
até o sorriso se manifestar embolado aos pensamentos acelerando o ritmo lento fantasiado de veloz, pois já é quase noite e eu sinto ser quase manhã.

Às 08h56 (Rafael Belo) 21.12.2010.

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Vermelho Rubro ao final do crepúsculo

*( No fundo da tarde pode vir a noite, mas antes disso vem um sensação de ser mais... Captei na quarta-feira (15) ao caminhar atrás da paisagem)



Por Rafael Belo
Nem parecia um amante. Mal parecia vivo e era sexta-feira. Nada de ruim aconteceu, pelo contrário. Mas, uma tristeza vestia pesada seu corpo. Seus olhos brigavam para se manterem alertas em vão. Acordava assustado depois de minutos dormindo acordado até a cabeça cair lentamente... Era um zumbi para o fim de semana. Não havia dormido o suficiente. Nenhum descanso foi concedido e a semana tinha se arrastado. Vermelho Rubro parecia agradável, mas atirava sua cor raivosa em seus tons seco até tingir todos de seu mau humor.

Era silêncio não porque observava, mas por pensar absurdos de todos ousados em visitar seu olhar. Poderia matar e rir deste poder medonho. Quem sabe canibalizar e comer tanta carne imunda desalmada balançando por aí... Tal absurdo de ideia pareceu suculento a saliva preenchendo toda a boca fechada com um risco sinalizando morte nos aparelhos dos hospitais do descaso. Ainda havia três dias para serem enfrentados antes... Ele sorriu ao pensa no depois. Seria incrível...

Vermelho Rubro desejava principalmente – Mas, este não era seu desejo mais nefasto e profundo – a mesma vontade de muitos: desaparecer sem deixar rastros. Fingir a própria morte e se desfigurar, mas não se privar da vida se jogando de qualquer parapeito, terraço ou janela aberta. Era estupidez e ele não era um suicida. Suicídio para ele era uma secessão sucessiva de abortos de possibilidades e ele não era tão egoísta quanto falavam... Rubro enfrentava a vida com os olhos sangrados e a fúria ardorosa de quem se agarra ao necessário para voltar a subir do abismo diário.

Queria viver seus outros fragmentos latentes nas suas mudanças constantes de humor. Era um Charada com a psicopatia risonha de uma Coringa... No seu mundo de cores tinha infinitas possibilidades e misturas de usar o cinza e o negro para assustar o mundo com seu sangue. Vermelho Rubro planejava com suas entidades incorporadas dele mesmo, muitos reinícios atuando com vigor seu papel de manipulação e morte. O passar dos séculos diminuiu o ego do seu deus menor e estava na hora de fazê-lo crescer de novo. Para isso precisava encontrar sua foice escondida dentro de sua eterna amante!

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Aquarela celeste


*( Contrasta as cores do céu com o nublar das almas no eclipse do coração... Captei terça-feira (14) de dentro do carro)

Meus moinhos de vento rodam suas hélices viris direto nos meus olhos
realizando mudanças no meu mundo em frente, adiante
draconiano um contrapeso para a facilidade ser rejeitada
e todos os fogos cuspidos chamuscarem a pele rígida e feroz
inflamável do acúmulo quixotesco de viver um cavalo branco alado

Trotes calmos na relva virgem ecoam no regaço da correnteza imberbe
em recém criado mar de lágrimas incontidas na máscula face afrontada
pelo sorriso solar dos calos perdidos ao escrever chuva nas nuvens altas
abrindo o céu galopante na sorrateira neblina desfeita pelas hélices pueris
dos meus moinhos de vento brisando cavaleiro a marcha de acreditar no contraste das cores batidas pelo coração.

Às 8h43 (Rafael Belo) 15 de dezembro de 2010.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Nada dói agora como doeu antes

*( Alianças são mais que metal e lembrança são a união de dois corações e o infinito de sentimentos... Tirei em uma pele especial em uma domingo marcante)

Por Rafael Belo

Meu estômago dói, meus olhos doem e mesmo assim há um sorriso bobo na minha face... Troque a bobeira pela sapiência e chame de Amor! Assim vivo intenso a intensidade dos meus dias, assim sigo imenso as horas restritas da minha memória expansiva como se o tempo fosse o registro da brisa refrescante tocada em meu coração e cada linha revelada o diário desta minha boca incabível em um fechamento sequer. Claro que os lábios se separam e lampejam um futuro trovão informando a distancia da chuva... Mas, se molhar é uma dos melhores feitos da chuva...

Outro deles é divagar em sentimentos e pensamentos e neste fato de se sentir o próprio Amor. Daquele jeito voador, sonhador, destemido, sincero, trovador... Verbal... Mas, sentindo o chão despido de concreto nas solas dos pés trocando batidas, tocando toques singelos de calores trocados, tocados em uma nota de arrepios. Devagar, sentido, inteiro pela divisão da vida no coração mais forte, na alma mais mundana e tão espiritual a falar das coisas não vistas só com os olhos dilatados pela Paixão.

Meu corpo dilata assim então, cada instante cada flagrante de troca de olhares é um impulso no pulso da energia eletrificando minhas mãos quentes. Estou tão presente neste mundo como jamais estive. Sei bem ver do outro lado do meu pensamento, onde está me vendo meu Amor - porque se for quantificar lado em sentimento já digo não haver nenhum... É como falar do inimaginável –Não entendo o tempo nublado lá fora, se ainda o enxergo solar e brilhante, sem estar muito quente ou muito frio, apenas dá para ver o céu.

Mais coisas doem em mim, não as ignoro, nem estou anestesiado por um Amor ignorado pela Razão já sendo Amar a razão de Viver de fato, sem ser uma combustão espontânea. Mas, acredito ser extremamente importante este meu sorriso bobo sem bobeira nenhuma. Dá-me certeza da certeza partilhada entre eu e ela, entre ela e eu, entre nós. Temos certeza do nosso sentimento incondicional sempre à prova, sempre aprovado, sempre presente inclusive na ausência física de um de nós dois. Ninguém fala por ninguém, mas conhecer um ao outro tão bem, faz dos nossos defeitos e qualidades nossos fiéis porta-vozes. Por isso, dor nenhuma dói mais como antes de nós dois.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Pessoas, os divãs dos outros

*(Há tantos reflexos na superfície refletora que é difícil se enxergar nas projeções dos fragmentos... Captei esta semana)

Por Rafael Belo
As pessoas são o grande divã dos outros, mas nunca de si mesmas. Elas observam atentas cada movimento de terceiros e julgam saberem suas intimidades e comportamentos. Sabem nada, certo!? Se não sabem de si como podem falar de sentimentos e atitudes não partidas de seu reflexo? Não podem, não é mesmo?! Ficar comentando, dando palpites e sugestões gratuitamente sempre tem um preço embutido subentendido de um ressentimento próprio digno de Freud e até Schopenhauer. O mal do povo é o próprio povo temente a vida e gladiador mascarado por um esconderijo de sentimentos desentendidos.

Nesta arena romana, viver sim, mas sobreviver para quê?! É seguido totalmente ao contrário, em um avesso reverso digno de náuseas. Sobreviventes sãos os verdadeiros viventes do nosso planeta avestruz, onde envolvimento e profundidade causam uma síndrome de ‘faça sua aposta’.  Todas as fichas são jogadas no mesmo número e os desencadeamentos psicológicos das projeções em tal atitude causam encurtamento do tempo e correria da morte. “A verdade está lá fora”, parece mesmo ser a sina do ‘Arquivo X’ diário. Mas, na real a verdade está dentro de nós...

Bem em algum ponto da mente onde voltamos para eterna infância para sermos nossas sombras procurando resquícios de felicidade e fingindo o mundo terminar, continuar e começar ali naquela queda constante em nós mesmo. Procuramos as falhas, os problemas, os erros, os defeitos e os potencializamos em tudo de ruim no nosso medo de viver os inícios e desenvolvimentos de um sentimento - tolo, mas vívido – como querer bem alguém assim, imperfeito como aquele reflexo amassado de todo manhã vista no espelho.

Por isso, é tão difícil mudar de canal. Por isso, é tão fácil escrever um manual de como viver a vida e intitulá-lo auto-ajuda porque ninguém se ajuda sozinho – é só o começo ter iniciativa - e vai continuar seguindo as palavras ‘sábias’ de algum esperto ‘virtuoso’ por ganhar mais vendendo livros... ‘Parece’ nossa educação ser apenas para ‘conquistar dinheiro’ em uma boa profissão e nossas emoções... Bom elas nem sabe ter este nome... Elas simplesmente se derramam em algum dos buracos negros do vazio constantemente criado por um desespero de solidão. Somos analfabetos emocionais no alfabeto da vida!

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Latente inflamável

*( Quando as palavras expelem vida, o Verbo doa dons por arrepios... Captei em curta folga no serviço)

Latejava a cabeça no parto das ideias partidas
paridas perante o desembaraço da língua desacompanhada
aglutinada  de vozes perdidas pelo perímetro períneo da intuição
sarcástica na ironia afiada no peito aberto do bom entendedor
estufado ao lado do ouvido em pé para pensar o aplaudir do refletor

Lua cinzenta, ilusão das mãos batidas abatidas pela fé dos traidores sentados
acoplados a sedução do estupor velcro da dúvida plantada no não dizer o dito
veredito ensaiado contador de acessos aos olhos injetados de um estado ausente
clemente por punição, por conhecimento de suas regras quebradas ao parir pensamentos
no brusco movimento da leveza de olhar a alma alheia feita ferozes labaredas ateadas no latejar da inflamação.

(Rafael Belo) às 07h53, 06 de dezembro de 2010

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Desejo de sangue

*(8 nosso pano de fundo às vezes é apenas isso, pois os olhos refletem nosso escondido... Captei nesta segunda-feira, 6 )


Por Rafael Belo
Estava sempre tudo muito bem. Eram sorrisos e risadas a qualquer hora. Mas, este era apenas o exterior. Por dentro Bocas Caras planejava desaparecer para poder finalmente ser quem era. Conhecido Samaritano em todo aquele mísero país alojado no meio deste planeta de sentido anti-horário, Bocas não acreditava em bem ou mal, afinal estas baboseiras viviam dentro das pessoas misturadas cabia a cada infeliz indivíduo junto. Assim, ele pregava a si mesmo: “Ninguém é este bando de expressões dúbias e este monte de falas ensaiadas. São como eu, portanto, não somos”.

- Simplesmente sumir sem deixar rastros seria totalmente complicado, pensava em voz alta Caras.

Andava de um lado para o outro dia após dia até anoitecer e o cansaço o mandava de volta para a cama a o receber indisposta e reclamando enxaqueca. Mas, a necessidade de descanso do corpo era tanta a nada impedir sua quase morte. Vários meses passaram desta forma. Bocas tinha mantido a rotina para ninguém desconfiar de coisa alguma. Visitava os anciões, dava sorrisos para crianças hospitalizadas, oferecia caronas a estudantes sonhando ganhar dinheiro com a profissão escolhida, até dava passagem para os demais carros em sinal de educação...

- Rotina normal, não?! NÃO!! DE FORMA ALGUMA! Todas estas ações cidadãs me deixam um caldeirão de ira diabólica mexendo ideias maquiavélicas com um afiado tridente cheio de vontade de empalar como o velho Conde Vlad da Transilvânia. Quem sabe este meu espírito mal vivido nesta encarnação não esteja clamando por voltar as suas origens... Quem sabe esta vontade de matar não seja arcaica, pré-histórica, de algum primórdio ressentimento envelhecido feito um bom vinho com as costas arcadas por milênios de vilanias sanguinárias...

Na manhã seguinte a cidade amanheceu com o nome conhecido por meio de manchetes assustadas: “Noskin City amanhece morta”. A cidade sem pele agonizava ainda nas primeiras horas fétidas passadas do terror de Bocas Caras proporcionado a cada rosto escaldado em carne latejante e cozida na vivacidade antes habitada naqueles corpos. Era o horror de uma expressão direta do inferno. Caras passou dias como cada um de seus ‘amigos’ se desmascarando contando a eles as vezes das trocas de carinho, revelando

- Na verdade eu queria proporcionar a mais temível dor para vocês se revelarem como eu..., contava sibilando a delícia palavreada lentamente. Passou para a próxima cidade sem entender porque ninguém  ali revelou ter desejo de sangue como ele.

quinta-feira, dezembro 02, 2010

O Outro Lado da Cueca


*(8 O céu é a terra a terra é o céu, o resto é a necessidade do inferno do caminho... Tirei de uma sacada qualquer )

Por Rafael Belo
Este poderia ser trecho daqueles diários íntimos de peça íntimas, ou ‘o Lado B’ da calcinha também... Mas não. É apenas minha mania avessa - esta da qual muitos compartilham. Posso até ser mera ficção, mas seria muito mais irreal se alegasse realidade. Solteirões e solteironas morando sozinhos são um caos. Sim, porque aí começa o outro lado da cueca...! Caótico no meu mundo claro, sei lá o de vocês, mas usar roupas duas vezes, uma vez limpa e outra no verso fingindo não estar suja, costuma ser hábito, meu hábito. Como se a sujeira não infiltrasse nos tecidos...

Diferença evidente do meu mundinho para o do outro lado da cueca é a intimidade. Meu entender de intimidade são coisas públicas, visíveis e palpáveis escondidas enquanto as coisas particulares, invisíveis e impalpáveis são expostas. É tão simples viver assim com as estampas avessas às luzes, dormir com o sol, acordar com a lua... Algo parecido com problemas de anemia e necessidades eternas de transfusão de sangue. Não estou dizendo ser canibal ou vampiro... Tais seres, filhos de Bram Stocker, nasceram em 1897 – do outro lado da página - com a publicação de Drácula, mas andam às escuras só para sugar nossos impostos e outras cositas más... E insistem em dizer terem nascido há milhares de séculos atrás...

Não sabemos o nome de ninguém. Eles não valem nada atrás da cueca, aliás, esqueci de mencionar esta ser usada sobre as calças avessas... Talvez para evidenciar nossa idiotice, nossa melhor qualidade porque inteligência é parente da inveja e é totalmente vazia deste lado da cueca.  Mas, decidi usar minha peça íntima ao contrário e fui solto à deriva no oceano de palavras sábias flutuantes. Meu nome e sobrenome foram bordados ao contrário – para vocês – em minha única roupa (o equivalente a uma roupa por fim de semana- que são cinco dias -).

Encontrei um continente de aparecidos com os meus mesmos detalhes... Intrigante... Parecem todos super-homens cegos e mutilados, mas alguns me indicaram com os pés serem responsáveis pelas tentativas de algo chamado coerência, comunidade, lealdade, honra, Palavra, atenção, equilíbrio, paciência, sinceridade, cidadania, direitos, deveres, carinho, Amor... Mas, quem disse ser verdade!? Quando estava preso e eles desaparecidos também, eram terroristas sociais tentando fazer o mundo permanecer e não acabar.