segunda-feira, agosto 04, 2014

Não vamos – por Rafael Belo





Ao entrar em um veículo e controlá-lo é preciso conhecer as regras e leis. Sem exceção. Não é como dormir em um local diferente e deixar para lá uma morte certa. Isto aconteceu no Sul do Maranhão, na madrugada do dia 3 de agosto de 2014. Quando um monomotor caiu no quarto de um pré-adolescente de 11 anos que insistiu em dormir com os pais na noite anterior.  Todos os integrantes do avião morreram, inclusive a idosa, de 87 anos, que estava sendo transportada para um hospital. Não temos controle sobre isso. Mas podemos refletir.

Refletir sobre tudo. Nem tudo é solúvel e precisa de explicação. Precisamos pensar e sentir nós mesmos e o nosso redor, claramente não são a mesma coisa. É preciso equilibrar os dois. Temos de dar atenção aos sentidos e pensar para ter o mais próximo de uma garantia 100% de fazer sentido. Racionalizar tudo e sentimentalizar tudo é estupidez. Surgiriam infinitas explicações para o garoto não ter morrido na fatalidade relatada no parágrafo acima. Apareciam mil teorias sobre a queda do avião e morte de das duas famílias lá dentro.

É como esperar para ver o nascer do sol. Qual o sentido? Senti-lo? Deixar-se maravilhar? É tudo uma questão de existência. O famoso penso, logo existo do filósofo e matemático francês Rene Descartes, criado por ele entre 1616 e 1619. Quando uma fatalidade assim ocorre logo apelamos para o sentimento. Há um reflexo daquelas mortes. Aprendemos a temê-la e ao mesmo tempo a ter fé. Lamentamos as mortes e dizemos que o garoto não morreu porque não era a hora dele.


Usamos as mesmas frases quando alguém morre jovem. Porque queremos racionalizar a fé e o sentimento. Ambos atos abstratos tornados concretos por nosso fervor e crença. Assim como a abstração do pensamento. Se acreditamos mesmo na frase de Descartes e a propagamos podemos refletir nossa constante contradição já que a essência do eu penso nesta filosofia que adotamos é duvidar, reflexo da capacidade de pensar. Você pensar é igual a você ter dúvidas (neste contexto). Mas, não vamos racionalizar e sentimentalizar tudo.

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