terça-feira, dezembro 02, 2014

Verdadeiras portas

Estão bifurcados os caminhos do amanhecer. Vai neblinando a cabeça vestida com outras peles.

Os portões estão apenas encostados separando todo o colorido do porvir,
querendo rasgar as vestes que não nos pertencem, o acontece da realidade e as aparências enganadas se vão.

Pela independência gritada assustando a liberdade para outra personalidade morta de imitação.

Individuais cópias coletivas casuais não possuem sequer dois divididos dedos iguais.

Agem como não agimos, pensam como não pensamos... Ah, nós humanos, ainda com medo dos verdadeiros portais do Amar, vão se recostar no sofá... Até sentir o mundo girar e poder lacrar as portas.

(Rafael Belo, às 07h37, terça-feira, 02 de dezembro de 2014).

segunda-feira, dezembro 01, 2014

Sob a pele do outro – Rafael Belo


Na maior bifurcação do mundo ninguém mais se mexia. Estavam todos parados, mas de repente alguém vindo de outra via cruzava entre as multidões, escolhia o caminho e seguia.  Seguiam muitos atrás apenas pela postura e a confiança nos passos. Parece ser assim hoje em dia, no entanto nada mudou sobre o engano das aparências e delas enganarem.

O respeito desceu para áreas mais ao sul e o norte tem sido solitário e inóspito para quem chega até ele. Há uma tentativa constante de despersonalização da pessoa, disfarçada de independência, liberdade e construção de personalidade. Não é claro que a independência é ter autonomia para fazer o bem entendido por si bancado pelas próprias finanças e liberdade é a ponta do iceberg, um sentimento de uma emoção particular de cada um. Até vir o Titanic diário desafiando tudo e todos garantindo não afundar...

Neste caso do indivíduo, eu vejo cópias coletivas o tempo inteiro... Como um par de asas idênticos de borboletas que pousam e precisam do mesmo impulso e força nas duas asas para voltar a voar. Não são idênticas... Há assimetria em toda parte e em grande parte de nós mesmos.

Afundadas em pensamento e atitudes parecem réplicas de uma programação inserida no nosso cérebro. Um grande ensaio de como viver e morrer. Há um julgamento constante do outro, do próximo sempre baseado em si mesmo e em “exemplos”. Se ele pensa diferente da gente está errado, se ela não faz o que faríamos não está certo...


Não somos ninguém para dizer às pessoas como devem pensar e agir! Não vestimos a pele delas, não estamos sob as situações terminadas, ou terminais, parcialmente responsáveis pelo caminho culminando na forma que a pessoa está. O que sabemos afinal, além de apontar o dedo e criticar?  Não estamos falando de lei, moral ou ética e sim de criar instantâneos anjos e demônios.  Respeitar o direito de todos de ser e estar não é aceitar ou ser conivente é finalmente aprender a Amar.