segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Será folia? – por Rafael Belo


Falta luz, falta água, moradia, transporte digno, preços justos e acessíveis, infraestrutura, vergonha na cara, sobram impostos, ferida que não sara, e demais tributos no meio do caos generalizado do nosso Carnaval. Não importa a origem do dinheiro, este bacanal, o brasileiro precisa extravasar... Necessita do turismo sexual explícito e velado, para acalmar, afinal para explicar qualquer coisa basta dizer: É Carnaval.

A maior festa do planeta como a Copa do Mundo, aproveita, e as Olimpíadas bancadas por todos os brasileiros, “sem qualquer” prejuízo financeiro, só vantagem aumentando um pouquinho a malandragem e nossa querida corrupção do dia-a-dia nacional. Por isso, precisamos da folga, esta velha folia constantemente nova para nossa alegria. Porque o pão e circo nunca vai acabar...

Aliás, folia é isto. Uma folga ruidosa, um divertimento, uma brincadeira, farra jocosa? ... Mas, na beira do precipício é ver a global cobertura carnavalesca, bela sim, criativa sim, mas a que preço? Ver jornalistas padecerem nas piores perguntas forçadas, descerem na avenida lotada e “perguntar” para a gente “enfoliada” questões esvaziadas enquanto os analistas, especialistas se repetem nos profissionais comentários... Como bêbados inflamados a correr de olhos vendados.


Mas, quem não gosta de descansar e se divertir? Estar um efêmero ser amado? Não importa o preço, o porvir. A festa da carne é o fim para um recomeço quando o ano começar. Gostaria de ser mais nostálgico e recordar com sorriso bobo, mágico dos bailes de carnaval aos quais meus pais me levavam, dançávamos marchinhas e enredos de escolas de samba, mas nós, gente bamba, vamos cair no axé, no samba e nos embebedar porque carnaval, futebol... não mata, não engorda e não faz mal... Assim a vida é. Será?

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom! Já tava com saudades!mamys

José María Souza Costa disse...


Olá, Rafael.

Passei para lhe desejar, um dia de Segunda Feira, agradável, e um Tempo de Carnaval extraordinário.
Um abraço.