terça-feira, março 31, 2015

descosturas

cofia o rosto o cabelo as barbas do Tempo
fiando fiéis fios das sombras
tombas a desfiar todas as costuras do firmamento
não há nenhum momento se perdendo

o mundo vai passando por nós
atando frios na barriga e a confiança intriga
lança sua lança a nos transpassar
o medo balança

até quem não dança aprende a dançar
pega o fio da navalha afia a agulha e vai costurar.


(Rafael Belo, às 21h25, segunda-feira, 30 de março de 2015).

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