segunda-feira, abril 13, 2015

Desencavando (resenha de Ordem)



por Rafael Belo

Cavar sempre abre um buraco onde tudo se revela porque nada fica enterrado para sempre. Segredos são surrados por aqueles que sabem... Estes jamais deixam de existir. Mas abrir espaço debaixo para cima pode ser desestimulado e será a ignorância uma benção ou uma maldição? A histeria não seria a ordem da vez se o medo contagiasse?

Este é o enredo de Ordem a continuação da contagiante trilogia Silo de Hugh Howey. Com uma escrita magnética e apreensiva, mais uma vez vamos as profundezas de uma distopia nos cercando dos limites da guerra e paz tanto nos conflitos éticos internos com a razão e os sentimentos quanto dos mundos exteriores em confronto.

Troy, Donald, Ana, Mick, Helen, Degelo e tantas sombras de sombras fazendo do tempo e da rotina um acúmulo de repetições e pretensões do eterno pharmacon que dependendo da dose pode ser veneno ou remédio... O tédio e a loucura estão no mesmo par de olhos condensados nessa narrativa de descobertas na constante vontade de sair da alegoria da caverna.

Uma apaixonante platônica aventura dramática das escolhas feitas e as formas de lidar com elas desencavando a vontade histérica do Legado chegar o quanto antes para descobrirmos como termina está fantástica história nos envolvendo nas profundezas do que podemos nos tornar.

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