terça-feira, novembro 03, 2015

Tort’olhar


Doem minhas juntas minhas articulações minhas dobras
nas sobras de meio ilusão metade imaginação
escola dos meus pensamentos labirintos em alguma boca escondida na minha barba perdida por escolha

uma música me hipnotiza me descobre todo

fogos de artifícios destroem edifícios no meu estomago
um eu autônomo desdenha do louco
se agarrando às escorregadias aparências
bolinando as saliências de soltas línguas por aí

olhares do avesso me atravessam o desejo dos outros

quem são os outros senão eu caminhando fora do meu corpo?

Escalo a depressão faço a barba descubro as montanhas nos olhos do povo
Preso no daltônico olhar torto.


(Rafael Belo, às 17h02, segunda, 02 de novembro de 2015)

Um comentário:

Anônimo disse...

....descubro as montanhas no olhar do povo!.. Muito bom..mamyss