domingo, dezembro 06, 2015

Quem é o narrador? (resenha)


Viajar ao passado e ao futuro simultaneamente em uma Inglaterra vitoriana que nunca existiu, mas ainda assim com vestígios reais do histórico é no mínimo inusitado e no máximo arrebatador... Vamos presenciar o sentimento de inventores e daqueles participantes do momento da criação executada em A Máquina Diferencial, o clássico dos consagrados Willian Gibson e Bruce Sterling.

Divididos em atos passeamos pelas personalidades de personagens da nossa história por uma Londres lúgubre, suja, sexual e repleta de descobertas cientificas, além de invenções inovadoras. Um encontro com Lady Ada Byron – filha do primeiro-ministro Lorde Byron - muda a vida do cientista pugilista paleontólogo Malory se envolvendo em mais uma intriga com um segredo não revelado.

Estamos partindo de Londres, a dominadora potência mundial pelo poder da Máquina Diferencial, em 1855 com a história se decompondo e se recompondo como se ali nascesse Neuromancer, Count Zero, Monalisa Overdrive... Ler esta obra é como se a verdadeira Matrix já existisse antes de se revelar e manipulasse a História a partir de um pastiche nebuloso.

Estar na mente do General Houston, Mike, Sybil, Hetty, Malory, Fraser, Oliphant, Florence, o lendário Capitão Swing, o texano vingador “Golias” permeando todo o enredo de uma forma ou de outra, a costurar o que veio e virá até um final que nos faz entender diversas formas e deformações da narrativa, até a sensação divergente da obra ter sido realmente escrita em 1855. Afinal, quem é o narrador? Vá descobrir agora!! 

ps: Ah, o designer gráfico é sensacional. 

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A Máquina Diferencial
2.ed-Ed. Aleph
Willian Gibson/ Bruce Sterling
Ficção (Norte)Americana
copyright@1991
1ª edição brasileira 2012
456 pag

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