segunda-feira, agosto 21, 2017

Droga legal




Por Rafael Belo

Ficar de cara fechada, amarrada (a famosa cara-de-bunda) sentar, deitar, dormir, fingir de morto... Opa! Espera! Não! Isto é para animais adestrados. Não, não, não! Não estou dizendo isso sobre ninguém (ou estou?) até porque estou escrevendo... Mas, é isto aí o objetivo. Este sorriso desavisado no rosto movimentando os lábios e as bochechas com até 53 músculos (já li 73) além de ser universal é reconhecido a até 300 metros de distância. Também é contagioso, libera endorfina e serotonina (então, é aceito dizer que é uma droga legal) e, portanto, alivia o stress. Digam todos amém, não? Bem-aventurados os bem-humorados liberando o mundo de pequenos infartos.

Quantos corações não seriam salvos se sorríssemos, ríssemos, gargalhássemos, ao invés de nos fechar, enraivecer, entristecer, desesperar, alimentar dores, aumentar o número de mundos nas costas e nos curvar diante da realidade? Talvez todos. Você não gostaria de ganhar um sorriso hoje? Neste momento? Até um forçado é válido. Há um pequeno palhaço profissional dentro de nós querendo encher de luz, pelos menos, aos arredores. Tenho aqui com meus eus uma verdade: quem vive mesmo tem bom-humor. A diversão está em todo lugar e rir de si mesmo é a qualidade mais salvadora e inusitada do humano.

Mas, “gostamos” de pensar em desculpas clichês quando achamos ter dado errado. Olhando com a ótica do humor não há desculpas nem errado, é um caminho e – falando de clichê mesmo – “um dia você vai rir de tudo isso”. É uma profecia exata ou seria uma ciência exata? Pode não ser uma gargalhada incontrolável daquelas de olhar para a cara do outro, lembrar de algo nada a ver tendo o famoso ataque de riso e ter dores abdominais nunca antes sentidas, mas um sorriso se estendendo até o olhar nostálgico vai aparecer, ah vai. Mesmo havendo tragédias, fatalidades, da mesma forma de um novo dia, mas não fique preocupado porque isso utiliza muito mais músculos e acaba sendo bem mais difícil que a alegria.

Pense comigo. Toda turma tem alguém bem-humorado. Lembrou né? E, claro, sorriu. Todo grupo deveria ter aquele famoso sarrista (de tirar sarro, por favor rs), piadista, engraçadinho, ele é a alma da galera. Ele exagera? Às vezes? Apela? De vez em quando. Força a barra? Provavelmente. Mas, quem não acaba rindo e o deixando inesquecível nas histórias do futuro? É essencial ter alguém ajudando a vida ser mais leve, a nos elevar. Isso. Elevar. É fácil sorrir para a vida quando é um sorriso de volta. Concorda?  Agora rir dos “problemas”, dos “erros”, das “quedas”, das aspas, dos motivos, dos desmotivos, rir de tudo vai... É muito mais gostoso.


Ficamos tão fortalecidos apenas sorrindo. Não percebeu? Comece tentando contar uma piada, mesmo sem graça... Vai não ria antes... Aposto ter se lembrando de muitas, inclusive infames. Viu só? Nosso sistema imunológico deixa de ser estagiário no exato momento da decisão pelo bom-humor para dono do mundo, administrador da felicidade... É a melhor energia vibrando sob a pele, viajando em arrepios por todo o corpo e contagiando. Vamos ser contágio! Todo mundo quer a felicidade, certo? Então, ela começa neste sorriso, sinal de bom-humor até quando não tem wi-fi e os dados acabaram. 

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