terça-feira, outubro 17, 2017

Sou gente




quem olha de volta do espelho inteiro enrugado
marcado rosto desta montanha de pele empilhada
a voz está velha a orelha dobrada tudo vai tão devagar
enquanto envelheço sou aquilo que esqueço no tempo passado

já não sou o velho da história irritado nem o avô bonzinho amado
sou indigente parado na fila um encosto para o jovem apressado
uma carga avulsa no ônibus lotado equilibrado nas dores acuado

meu nariz não é meu vive vermelho me sinto o próprio palhaço
espaço desocupado da previdência onde fingem tomar providências

aposento a aparência levo as mãos ao rosto da paciência choro pelo presente inexperiênte tentando gritar... O quanto sou gente.


+ Às 08h42, Rafael Belo, terça-feira, 17 de outubro de 2017 +

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