sexta-feira, fevereiro 15, 2019

A Dríade humana






por Rafael Belo

Em todo seu poder e longevidade, no alto da própria maturidade daquela era toda dela, a Dríade teve a chance de voltar a ser semente. Ela era a principal árvore daquela floresta dos primórdios africanos, a Floresta Divina, mas quando os primeiros conquistadores chegaram não podiam sequer enxergar o lugar. Viam um abismo capaz de inspirar medo e dor. Por isso, hoje milhares de eras desde a concepção da criação, toda a floresta está intacta em centenas de metros para os céus e milhões de hectares.

O mas veio logo ali atrás porque a curiosidade da Dríade por aqueles seres vorazes como gafanhotos bíblicos vinha de ela não acreditar nesta destruição desenfreada causada por eles. Esta Dríade, chamada Driane, sofria por ser a última das sua espécie divina e pelo descaso dos humanos, ainda assim quis ser um deles. Ao invés, de morrer de desgosto nasceu de um ventre.

Humana, mas com toda a alma Dríade. Ela veio madura. Vinha chegando no ápice de cada idade encantadora. Ninguém entendia porque não conseguia desgostar dela, desejar mal a ela, fazer qualquer ruindade com esta mulher. Ela inspirava o bom e a evolução. Ninguém conseguia identificar a idade dela. Não acreditavam quando ela dizia. Ela não ligava. Sorria como se fosse o próprio tempo e o assunto terminava.

Com ela sendo amada em toda parte todos a queriam. Estava nas redes digitais espalhando suas sementes. Quando falava, a plenitude reinava, tudo parecia arte e possível. Porém, por mais divina que parecesse também era humana. Um dia simplesmente desapareceu. Não houve pânico algum. Os corações tocados sabiam que ela estava bem. Na Floresta Divina lá nos primórdios da vida, uma árvore surgia de uma semente e imediatamente se agigantava no meio daquele lugar invisível para a humanidade, mas alguns já podiam ver ser revelar.

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