sexta-feira, dezembro 10, 2010

Pessoas, os divãs dos outros

*(Há tantos reflexos na superfície refletora que é difícil se enxergar nas projeções dos fragmentos... Captei esta semana)

Por Rafael Belo
As pessoas são o grande divã dos outros, mas nunca de si mesmas. Elas observam atentas cada movimento de terceiros e julgam saberem suas intimidades e comportamentos. Sabem nada, certo!? Se não sabem de si como podem falar de sentimentos e atitudes não partidas de seu reflexo? Não podem, não é mesmo?! Ficar comentando, dando palpites e sugestões gratuitamente sempre tem um preço embutido subentendido de um ressentimento próprio digno de Freud e até Schopenhauer. O mal do povo é o próprio povo temente a vida e gladiador mascarado por um esconderijo de sentimentos desentendidos.

Nesta arena romana, viver sim, mas sobreviver para quê?! É seguido totalmente ao contrário, em um avesso reverso digno de náuseas. Sobreviventes sãos os verdadeiros viventes do nosso planeta avestruz, onde envolvimento e profundidade causam uma síndrome de ‘faça sua aposta’.  Todas as fichas são jogadas no mesmo número e os desencadeamentos psicológicos das projeções em tal atitude causam encurtamento do tempo e correria da morte. “A verdade está lá fora”, parece mesmo ser a sina do ‘Arquivo X’ diário. Mas, na real a verdade está dentro de nós...

Bem em algum ponto da mente onde voltamos para eterna infância para sermos nossas sombras procurando resquícios de felicidade e fingindo o mundo terminar, continuar e começar ali naquela queda constante em nós mesmo. Procuramos as falhas, os problemas, os erros, os defeitos e os potencializamos em tudo de ruim no nosso medo de viver os inícios e desenvolvimentos de um sentimento - tolo, mas vívido – como querer bem alguém assim, imperfeito como aquele reflexo amassado de todo manhã vista no espelho.

Por isso, é tão difícil mudar de canal. Por isso, é tão fácil escrever um manual de como viver a vida e intitulá-lo auto-ajuda porque ninguém se ajuda sozinho – é só o começo ter iniciativa - e vai continuar seguindo as palavras ‘sábias’ de algum esperto ‘virtuoso’ por ganhar mais vendendo livros... ‘Parece’ nossa educação ser apenas para ‘conquistar dinheiro’ em uma boa profissão e nossas emoções... Bom elas nem sabe ter este nome... Elas simplesmente se derramam em algum dos buracos negros do vazio constantemente criado por um desespero de solidão. Somos analfabetos emocionais no alfabeto da vida!

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