(*No quintal de cada mundo tem uma rosa amarelada esperando para voltar a sua brancura...' Captei em casa da rosa que plantei)
Rafael Belo
Rafael Belo
Parar de escrever é um exercício doentio de fazer mal a si mesmo. Pelo menos para este que vos escreve é como amputar parte da alma e a desperdiçar em um abismo raso. Não foi uma parada intencional sadomasoquista. Porque dói não escrever. É como se rumos, destinos e caminhos fossem meras palavras arremessadas pelo pára-brisa de um motorista suicida. Escrever não é parte de mim, sou eu. Sem tecer as palavras em uma trama em branco o mundo se movimenta estranho como se eu não fizesse parte de qualquer rotação ou translação e o sol fosse mero reflexo do início da escuridão.
É uma autonegação batendo em um vazio no peito apaixonado. Aquela sensação de deveria escrever deveria registrar deveria criar toma conta feito uma possessão total. Morre a escrita e a alma parece estar de luto em um corpo putrefato de Lázaro... Ressuscitado não quatro dias depois, mas quase quatro semanas completas passadas. A Alma vive de Amor e de ações, mas não basta ter Este sentimento magnífico e em eterna evolução se Ele não for compartilhado de todas as formas únicas captadas por meio da mente ou é mera anestesia insuficiente.
Parar... Simplesmente rasgar folhas em branco e deletar arquivos intactos é se jogar em um limbo shakespeariano do ser ou não ser, esmagando o próprio crânio aparentemente silenciado com uma expiração interminável. Escrever é ter esperança e dar formas a poesia da vida contida na incontinência arbitrária da pluralidade das dimensões da visão com a Alma pesando o olhar leve pelo coração inspirado espelhando um sopro do mundo. A paz interior, então, víscera pela pele sorrindo pacífica para as impaciências...
Uma flor amarelada volta a ser branca e suas imperfeições e eminências à morte parecem uma intermitência reveladora de uma aroma não cheirado. Nesta suspensão momentânea fica clara a importância do sol ter seu alvorecer e seu crepúsculo, enquanto o universo pulsa as mudanças constantes do escrito nas estrelas porque nada pára realmente. Há um movimento de descoberta encoberto pelo fechar dos olhos e atar das mãos, mas retomado pelos outros sentidos no momento do nosso voltar a sentir nosso próprio aroma e ouvir os dizeres do coração.
Escrever é algo que também me faz muito bem. Faz os olhos brilharem, faz a alma sorrir. Assim como vc, tb sou apaixonada pelas palavras!
ResponderExcluirBoa semana querido!!!
Esse teu jardim é sempre uma inspiração, né?
ResponderExcluirNão pare nunca de ir até ele!
bj