Trilha - Eu Caçador De Mim - Milton Nascimento para a Crônica 'Até em secos galhos'
(*os galhos impedem a visão de quem vê...) Ft: Rafael Belo |
Somos partes de uma imensa raiz
mutante metade profunda e a outra também aérea. Sugamos a força da terra
com intensa independência da submutação para “qual evoluímos” e se quando
percebemos somos galhos secos no meio de mais um feriado de presentes
aparentemente tumultuados sem ligação nenhuma. É como conduzir um veículo em
uma das principais avenidas do Centro da cidade e ver em toda e cada brecha
pessoas tentando atravessar a rua. Lembra-me um brinquedo no qual assim que o
bichinho colocava a cabeça para fora tínhamos que acertá-lo com uma espécie de
porrete...
Bem amanhã é véspera e no
domingo é Natal e as ruas estão todas assim cheias de nós procurando um
significado para trocar presentes e ver ou fazer o possível para não ver
parentes e amigos. Talvez até sermos um pouquinho menos egoístas e mais solidários,
mudar a equação uma vez por ano ou quem sabe não seja a matemática o problema e
sim a química... As misturas feitas para esta nova velha data sofreram mudanças
históricas que iriam além das cerca de 40 linhas destas crônicas, mas fato é: é
tempo de união e de esperança.
Não importa ser solidário
apenas pelo espírito natalino a celebrar o sol, o capitalismo e Menino Jesus no
dia 25 de dezembro... Tirando o capitalismo, os outros dois devem ser celebrados
e praticados diariamente para quem crê no renascer cotidiano de um astro celeste
a sempre estar no céu e no filho do homem/Deus. As pessoas não precisam de
atenção, carinho e outros tipos de alimentos apenas em um dia do ano. Todo dia
é tempo de praticar uma ação acolhedora para o próximo. Até para os ateus
acordar, levantar e seguir é um ato de fé. Se acreditamos em nós já temos um
impulso e um motivo para fazer brilhar um achama aquecedora no próximo. A vida é
o maior ato de fé e o Amor é via-sacra do crescimento.
Abrace todos os dias... Não
continuemos galhos secos vindo e indo em nossa direção e do próximo só para
esfarelar e se quebrar, porque apesar de perto e até entrelaçados por dentro já
não há fé. Há formas já não vistas por nós atrapalhando nossa visão... Caímos das
árvores do Conhecimento e da Vida e fomos nos esquecendo da infância e do nosso
tamanho. Antes de secarmos e sermos galhos caídos éramos folhas verdes, tronco
robusto, raízes profundas e apontávamos vivos galhos para o céu. Crescíamos
para cima e para baixo e espalhávamos sementes, esperanças de florestas jovens
a dar sombras e frutos para o mundo... Mas a esperança brota até em secos
galhos!
Bela metáfora, Rafael. Não compartilho muito desse Natal cuja espírito é imediatamente esquecido na primeira hora do dia vinte e seis, embora seja tolerante com isso.
ResponderExcluirQuem sabe um dia voltemos a ser folhar verdes, quem sabe...
Beijos... E bom Natal.
Sinto-me feliz em ter te encontrado nesse mundo de raízes flutuantes. Foi um presente de 2011 pra mim. Obrigada mesmo pelo carinho e que em 2012 possamos nos encontrarmos e abraçamos em letras!!
ResponderExcluirQue o seu natal e o de toda sua família seja repleto de felicidade!!
Beijos na alma e boas festas