por
Rafael Belo
Todo
mundo quer ser livre. Mas, ninguém quer arcar com as consequências da liberdade
nem com os contraditórios limites, mas se houvesse o mínimo de bom-senso, ao
menos o que não gostaríamos que fizessem conosco não faríamos com ninguém. No entanto,
somos ensinados a vencer, a conquistar, a ser o melhor independente do outro e
acabamos focando apenas nos nossos direitos. Avançamos atropelando corações,
corpos e individualidades.
O ser
humano desrespeita particularidades e reforça a diferença dos gêneros, ao invés
de reforçar a igualdade. Neste mundo patriarcal, machista, egoísta e ignorante
os preconceitos estão em toda parte assolando a todos, principalmente, o sexo
mais forte. Disseminando o ódio e o desamor. Assediadas o tempo todo, as
mulheres não têm paz. Não há respeito. É uma perturbação constante já somando a
luta diária por salário justo, tratamento por igual, reconhecimento geral onde
não deveria haver qualquer diferença relacionada ao sexo oposto que incentivado
se tornar chulamente mais idiota, babaca e nojento.
Homens
pensam ser machos e querem tratar as mulheres como fêmeas e seguem agindo como
animais... Poucos têm consciência da falta de obrigação com qualquer coisa que
elas possuem. Elas podem tudo. São maioria, nós somos minoria. Vejo e vivo isso
minha vida toda. Minhas avós, minha mãe, minhas irmãs, minhas sobrinhas, minhas
primas, minhas tias, minhas ex e todo tratamento injusto permeado em piadas e
em séculos de opressão... Nossa sociedade separou homens e mulheres em coisas
que um deve e outro não deve, que um pode e outro não pode... Tornando “normal”
algo que nem deveria existir...
Se
somos todos iguais perante a lei, tudo deveria ser revisto para naturalmente
nos tratarmos todos como seres humanos. Ao menos ensinado, reforçado porque sem
isso, ao invés de nos fortalecermos, nos enfraquecemos com atitudes e atos
assassinos alimentados por uma cultura falsa colocando as verdadeiras
provedoras do mundo como submissas, as estigmatizando, as quebrando, as estuprando,
as matando, e a maioria das vezes vêm de pessoas próximas e de laços familiares.
Como confiar sequer em um abraço desta forma?
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