por Rafael Belo
Eu não conseguia me sentir boba como eles diziam que eu estava sendo. Achava normal ajudar mesmo naquilo ao qual eu nada tinha a ver. Não via problema algum. Parecia parte da minha rotina. Descobri mais tarde ser exploração, crimes trabalhistas… Mas não adiantava ninguém falar sobre mim… Tudo o que eu sentia era meu e de mais ninguém. Aquelas doenças todas psicológicas e físicas ainda são um mistério…
Eu sou Inocência. Não é natural de mim ser inocente? O que mais eu seria? Fui até presa… Verdade que logo disseram ser eu a própria Inocência e tal fato foi constatado… Mas, diz o ditado… É equivocado todo aquele pensando ser espertalhão ou seria malandrão? Bom, eu só sou eu mesma não sei ser mais ninguém e venho mesmo me embebedar esperando nenhum macho vir me incomodar, a não ser venha…
E daí se eu perco a noção. Ninguém tem mais noção de nada mesmo. Eu canso de ver me interpretarem da pior maneira quando acho ter dado a única intenção possível. Eu me sinto clara como a luz do dia, mas aí o tempo não pára e vejo a paranoia que não possuo me rondar como assassinos seriais da mente alheia… Fu….. tudo. Eita! Não sou tão inocente assim
Minha mente é só minha até eu me perder neste meu nome e sei lá. Já desconheço minha identidade, o meu lugar, onde estou, as direções se misturam com as emoções e tudo fica desconhecido sem sol sem lua nem céu há mais. Só vejo o chão quando sou recheio de uma multidão de botas sujas fingindo distração… Aí quando dizem que sou ruim acabo acreditando da posição onde fiquei.
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