por Rafael Belo
Só haviam marcas roxas e olhos verdes. Eu tremia em um canto. Faltava luz. Mesmo assim aquele brilho pesado tentava fazer eu me sentir mal. Eu não acreditava em monstros. Eles não acreditavam em mim. Mas, não da mesma forma. Eles queriam me eliminar da existência. Roubavam minha energia. Sugavam minha alma. Eu era fonte infinita de alimentação deles. Foi assim que chegamos aqui onde estou. Neste cárcere.
Presa aqui eles tentavam minar minha motivação. Minha vida parecia ir pelos vãos criados por eles. Eles me enchiam de dúvidas, de raiva e eu só reclamava. Sentia nada mais dar certo. Estava parando de acreditar. Eu quase não acreditava mais em mim. Quando repensei cada passo, percebi. Eu atraia os monstros porque eu era o sol. Eu era a luz. Assim que esta fagulha se reacendeu em mim. Os monstros conseguiram me apavorar até aqui.
Eles não são monstros. São insetos e vão atrás da luz para tentar se entenderem, para se preencherem, para buscar um sentido e acabam se perdendo. Perdidos não fazem ideia de nada, se transformam em… Monstros. Mas é só aparência. Refletindo eu voltei a brilhar. Ao invés de cegar os monstros, eles voltaram a se encontrar. Não todos, claro. A claridade tem um caminho pessoal e um tempo particular. É do privado para o coletivo, não ao contrário.
Ser sol no próprio caminho é um caminho a parte. Muitos já caminharam por ele, mas ele é como um rio onde as águas nunca são as mesmas. Os monstros ainda surgem, mas não me atingem mais, eu compreendi do que são feitos e porque são desfeitos. Este monstro roxo de olhos verdes segue, stalkeia, finge e espalha falsidade e pode até estar no espelho, tentando sobreviver se alimentando da luz do outro, mas vive morrendo por dentro.
Parabéns pelo texto! É importante estarmos bem com nós mesmos, saber onde queremos chegar, com quem queremos chegar, só assim vamos derrotar nossos monstros!
ResponderExcluir