por Rafael Belo
No desabalo diante de tantos abalos, o desabafo bufa sobre a neblina da manhã. Mãe de todas as sagradas do que virá. Só vejo uma branca neblina neste ponto alto escalado. Ela infiltra apontando a diminuição e o frio vem de dentro já que fora só sinto esta brisa fresca fraca. Tremo toda ao pensar na solidão dominando o mundo em silêncio quando Amor canta no canto consagrado de lembranças. Mesmo com a paz revelada. Eu fico velando a guerra. Minha guarda não baixa.
Pareço um download incompleto no futuro. Para não travar subi aqui por um espaço onde há meio mês tinha que desviar de todos para manter meu isolamento. Há uma sensação de paz me abraçando, mas eu não deixo entrar. Meu passado é mais forte e não se contém na minha boca. Eu sou o máximo limite do próprio vírus da eliminação. Fico em dúvida se a luz impede de ver ou se a escuridão não deixa enxergar o que está lá. Então, me escondo aqui. Esqueci nomes, meu nome. Esqueço meu gênero, não sou só Mulher.
Vejo tudo em branco pronto para parar. Tudo um Nada para criar, recriar… E eu perco a hora neste lugar. É o meu lugar, meu caos original porquê eu vim antes da Criação. Mas me apeguei a Ela. Estou aqui depois Dela dispersar. Espalhar-se tanto da própria originalidade e ser este bando de cópias minúsculas. Você conhece a História que me acompanhou gentilmente até aqui.
Havia gritaria, muito barulho e tantas explosões… Porém, a Beleza reinava como reina como reinou. É exatamente nosso futuro gritante após a escolha pelo silêncio. Nos alimentamos de escolhas e situações que nos diminuem e diminuem o outro, que nos faz mal e faz mal ao outro. Assim nos desnutrimos, assim nos destruímos até sermos reiniciados, mas parece que a memória toda se vai… E no simples ligar e desligar somos atraídos por algo longe da alma e do coração se alimentando dos nossos mesmos erros. Este é o limite máximo para meus pensamentos altos. Imagino se é possível ver o que acontece debaixo de toda esta neblina, dentro de toda esta fumaça ou se é só a minha forma de ver.
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