* esta foto tirei de bobeira nos fundos do serviço, afinal subir no telhado por estes degraus é querer ficar lá em cima.
Por Rafael Belo
Bávaro Baas não parecia sequer respirar. Remexia os olhos lentamente para não fazer qualquer barulho, tentava não suar. Seus olhos foram se acostumando com a escuridão e as nuances dos Roxos começavam a ganhar formas para ele. Era o dilema fatal. Seria Baas passivo da vida ou ativo da morte? Esta parecia ser a neblina a começar a se diluir neste momento. Como se fosse o fim, não importava se da vida da forma conhecida ou de uma angustia carregada... Era esse o peso do ar.
A Casa dos Escorpiões estava gélida feita uma caverna Antártida em processo de derretimento. Havia uma gotejar constante e parecia haver estalactites e estalagmites por toda parte. Baas estava incerto se tremia pelo frio, pelo medo ou pelas possibilidades. O som de laminas afiadas sendo afiadas o estava enlouquecendo e ele se lembrava do motivo de seu ser biólogo: a Sanguinária. Sua tese PhD. Pela sua teoria da inexistência do isolamento e pela ferocidade aflorada do pseudoisolamento acabou se deparando com os escorpiões.
Para ele havia sempre conexões impedindo o total isolamento, o completo rodear de águas salinas. Subitamente ele sentiu sua mente formar frases e direcionamentos rústicos como desenhar na areia. Direcionou os olhos calmamente para um palmo diante dos pés e lá estava um tremendo aracnídeo roxo balançando o ferrão na altura de seu pescoço ainda avançando com suas pinças para seus tornozelos. “Não resista. Não resista e tudo ficará bem!” eram palavras formadas nas areias da mente e dentro dos olhos. Ele cedeu.
Sua sina seguia passo a passo em revelação em um cinema particular dentro de sua cabeça. Parecia haver curiosidade em cada Roxo presente. Eles o circundavam o tocando gelados. Eram espirais bailarinas andando de grau em grau em frente. Seu medo dispersou e ficou tão maravilhado a perceber seus tensos músculos sorrirem por todos os poros. Não sabia se viveria, mas poderia morrer feliz. O mesmo Roxo a o conduzir revelava um caminho de justiça e predestinação. Esta era a parte da história desconhecida por todos... Até por Bávaro. Na parte interna da buchecha esquerda havia uma mancha roxa vista por ele pelos olhos do líder escorpião.
Bávaro Baas. Descendente do único humano a ver tanto Sanguinária quanto a Casa dos Escorpiões, agora a custo de sua vida dividiria a alma com os Roxos e guiá-los-ia rumo aos males para sempre tortos exalados pelos humanos. Não teria limite de existência, mas tão pouco existência teria.
Seu dever era o anonimato da Casa e o fim do apocalipse da crise da falta de escrúpulos e de consciência abalando a Terra. Roubaria a vida de ladrões. Mataria assassinos. Dilaceraria estupradores. Aniquilaria covardias. Bávaro Baas Roxo se encontrava agora com todos os ferrões deslizando cortes suaves na garganta, cada lâmina pincelada no corpo e uma tatuagem em veneno dilatava como uma couraça em sua pele. Era um Escorpião Roxo pela eternidade a lhe restar.
3 comentários:
Hahaha... Muito bom, Rafa...
Só você mesmo pra escrever tanto assim sobre escorpiões.
Você é incrível!
Li duas vezes esse texto e o anterior também.
Gosto de apreciar as coisas que você escreve.
Bom demais!
Beijos, Rafa.
Kkkk
Isso é uma escada??? rs Pra suicida, né?
Rafa, escorpiões são perigosos...seguem seus instintos...
cuidado com eles!
bj
agradeço... Incrível és tu linda! Obrigado pela apreciação :D ótima semana. bj
hauahau deve ser Déa, deve ser hauahau... OO linda que lindo hehehe! Tomo os mínimos detalhes nos cuidados . bjs
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