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Nem o sangue é real. Nem o rubor é crível. A abstinência virtual me fez bem. Sentado em frente a uma tela... Ram... Não mais além do necessário. A realidade me alucina muito mais... Muitas pitadas de imaginação são necessárias... Mas, a sinceridade das coisas palpáveis me são mais agudas. No entanto me abster de mim quase descontrola minha energia. Desestabiliza-me. Adoece minha alma tão propensa a criar sempre. É meu pecado de sumir, de desaparecer de permanecer temporariamente na minha passagem ao meu molde.
Meu egoísmo de guardar uma criação a deixar de me pertencer ao ser criada. A consciência de estar devendo, de estar na luxúria de escolher e irar-me com um mundo não pertencido a quem não lhe pertence. Uma cobiça inversa de desejar ser ordinário por momentos passageiros, não permitindo sequer o fim da ideia para passar. Talvez a inveja de querer ser célebre e não o desejo permanente de ser anônimo. Mas, a rotina de abster-se de aparência e aparecer é um bem a não ser nunca negado por mim mesmo.
É um simples disparate deixar-me adoecer por não escrever, tocar, socializar... Confinar-me na minha insignificância sem passagem para lugar algum pensando no meu não-lugar tão possessivo e... Minha loucura precisa da sanidade da saída de todos, de um silêncio significativo e desolador, pois da dor vem mais crescimento, mas também vem a avareza aliada a uma gula inversa de esquecimento, porque meu real alimento são as novas ideias, os olhares do avesso tão devoradores de mim. Todo o resto é velho...
Minha passagem para permanência vai preguiçosa, mas vem tão voraz e arrebatadora a se espalhar em tinta e grafite e papel por toda parte a me cercar, tanto a não ter dedos, teclas e horas suficientes para atualizar e quanto há a impossibilidade... Parece passado, outro tempo, outra escrita aí vem à razão da preguiça. Mas, não posso terminar de pecar sem dizer meu maior pecado... Cansar fácil do meu fazer e ter de mudar e mudando de novo transformar... Assim acabar vendo o vazio tomando conta por aí e às vezes tão perto a me deixar à vontade para acariciá-lo e me aquecer deste frio.
3 comentários:
Ahhhh Rafa... QUE SAUDADE!!!
Sabia que vc ia transformar o meme em poesia pura... ficou lindo demais! Tão cheio de intensidade:)
Pq vc sumiu????
Beijo grande,
Alê
Adorei! Também vou escrever sobre os pecados capitais, só não garanto me sair tão bem qt vc!!!
Bom fds querido!!!!
SAUDADEs inimagináveis rsrs mas como disse na 'crônica' eu preciso desta 'dor' rs, Obrigado sublime;bj
do seu jeito é sempre 'sair bem' querida Jamy, obrigado e bom fim de semana.bjs
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