sexta-feira, novembro 12, 2010

Abduzido


*( 8 Gotas são a condensação das pessoas quando não sabem ser oceano - tirei no quintal de casa)
Por Rafael Belo

Ah! Estes montes de personalidades multiplicadas na verdade são nenhumas. ‘São’ menos. Neste meu ego fragmentado consumido por palavras vãs me intensifico de intenções deslocadas na psicologia solucionada de mistérios na sociedade. Quantos rótulos tenho a partir para descobrir, me encaixar em todos feito um quebra-cabeça sem encaixes. Na arrancação de cabelo desvairada há momentos de se pensar em nada, mas é como se minha mão esquerda estivesse possuída e, desentendida do resto do corpo, declarasse independência.

Depois da minha abdução, meu nome foi perdido e não passo de um mendigo escondido atrás do álcool consumido neste corpo liquido flexível a multifacetas inexistentes, negligente a imagem no espelho de um homem saudável e farto financeiramente. Só há perguntas na minha mente descontrolada e desentendimentos e digo: ‘Cobrar da pessoa que ama o mesmo amor, não é Amor é material de troca é querer idolatria!’. Me repreendo da imaginação renegada vinda vazia do disforme arrojado na casa abandonada.

Vejo uma intensidade insana ser sentida e acionada. Não para ser refletida, a aplicação incondicional há de ser o bastante ou é mero egoísmo! Me rasgo egoísta, me quebro santo do ‘pau oco’, me pego em automassagem na masturbação de um espelho desfocado... Não posso esperar o mundo parar para a pessoa descer em meu colo e a tratar como a trato, isto é escolher sofrer e não ceder ao livramento, portanto não tem a ver sequer com gostar de outrem. Tem a ver com a solidão, a dissecação ordinária da ilha incoerente procurando nomes próprios a deriva...!

Que nome isso tem?! Qual nome tenho eu ?! Por que meu coma espacial não pode ter sido real? Qual loucura não é elogiada. Ah, elogios a Loucura... A própria personificada... Tempo, Espaço, Harmonia... Sou tanto Caos a esperar uma nova abdução imaginária arbitrária ao efeito São Tomé... Enfiar meus dedos nas chagas para curar meu mal de mim mesmo. Quer expurgar-me feito a doença contraída para tirar a razão da minha Loucura em quem sabe este meu ego fragmentado não se junte renegado e me faça enfim seja lá quem for!

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