Por Rafael Belo
Nem parecia um amante. Mal parecia vivo e era sexta-feira. Nada de ruim aconteceu, pelo contrário. Mas, uma tristeza vestia pesada seu corpo. Seus olhos brigavam para se manterem alertas em vão. Acordava assustado depois de minutos dormindo acordado até a cabeça cair lentamente... Era um zumbi para o fim de semana. Não havia dormido o suficiente. Nenhum descanso foi concedido e a semana tinha se arrastado. Vermelho Rubro parecia agradável, mas atirava sua cor raivosa em seus tons seco até tingir todos de seu mau humor.
Era silêncio não porque observava, mas por pensar absurdos de todos ousados em visitar seu olhar. Poderia matar e rir deste poder medonho. Quem sabe canibalizar e comer tanta carne imunda desalmada balançando por aí... Tal absurdo de ideia pareceu suculento a saliva preenchendo toda a boca fechada com um risco sinalizando morte nos aparelhos dos hospitais do descaso. Ainda havia três dias para serem enfrentados antes... Ele sorriu ao pensa no depois. Seria incrível...
Vermelho Rubro desejava principalmente – Mas, este não era seu desejo mais nefasto e profundo – a mesma vontade de muitos: desaparecer sem deixar rastros. Fingir a própria morte e se desfigurar, mas não se privar da vida se jogando de qualquer parapeito, terraço ou janela aberta. Era estupidez e ele não era um suicida. Suicídio para ele era uma secessão sucessiva de abortos de possibilidades e ele não era tão egoísta quanto falavam... Rubro enfrentava a vida com os olhos sangrados e a fúria ardorosa de quem se agarra ao necessário para voltar a subir do abismo diário.
Queria viver seus outros fragmentos latentes nas suas mudanças constantes de humor. Era um Charada com a psicopatia risonha de uma Coringa... No seu mundo de cores tinha infinitas possibilidades e misturas de usar o cinza e o negro para assustar o mundo com seu sangue. Vermelho Rubro planejava com suas entidades incorporadas dele mesmo, muitos reinícios atuando com vigor seu papel de manipulação e morte. O passar dos séculos diminuiu o ego do seu deus menor e estava na hora de fazê-lo crescer de novo. Para isso precisava encontrar sua foice escondida dentro de sua eterna amante!
Um comentário:
Tá aí.
Seu texto é muito bom.
Todos temos um pouco de Rubro.
A foto está fantástica ! Parabéns.
Obrigada pela visita.
Beijo
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