Trilha Quase sem Querer - Legião Urbana na voz de Maria Gadú
Este nosso eu freudiano martelando a certeza
do entender dos outros, do mundo, exaure nossas possibilidades de permitir
conhecer o passar ao nosso redor, enche nossas vistas de anteolhos e nos torna
juízes constantes quando somos réus da vida. Desprezamos o presente com tal
argúcia de raciocínio a ponto de não raciocinarmos e deixamos o presente
guardado a olhos nus, sob as árvores de Natal para quando for passado o
abrirmos e descobrirmos não ter sido bem daquela forma que víamos, mas então,
os barulhos da noite já não nos deixaram dormir – mas quem sabe deixarão.
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por Rafael Belo
Engraçado como o noticiário nos fez
medrosos. Bem, o noticiário, nossos pais, nossa falsa sensação de segurança,
experiências nossas, alheias e, claro, nossa própria paranoia. Basta um barulho
da noite, aquele ruído noturno repentino, para o despertar. Tudo fica em alerta
e às vezes o sono dá lugar a insônia. Mas qual seria nosso feito se o possível
invasor tivesse portando uma arma de fogo? Com sons diferentes no quintal ligar
para a polícia é a primeira ação, mas normalmente nossa reação é: ‘e se não
for?’ Aí vamos até lá verificar... Instinto e insegurança se misturam e no
final, no breu das altas horas, não dá para confiar mais.
Devemos estar preparados para tudo, mas
é tão exaustivo sermos eternos escoteiros, olhando para todos os escuros,
gritando sempre alerta e temendo estranhos
desconfiando de desconhecidos... Mas ao mesmo tempo aquela sensação de sermos
impunes e com tanto ego a afastar qualquer mal deixa o desequilíbrio igual =
totalmente equilibrado. Os barulhos da noite nos perseguem em cada esquina. Às
vezes nós estamos nestas esquinas escondidos nos esperando para a surpresa... Na
ponta dos dedos, achamos termos o controle.
Se não temos controle sobre nossa
reação diante do inesperado por mais
treinamento mental imposto por nós mesmos por que tanta preocupação com o
porvir? Por que nos consumirmos tanto diante ao quem sabe, ao possivelmente?
Esta sensação de impotência perante o passar das horas só existe pela nossa
superestima. Esta nossa mistura diária de herói/anti-herói no olhar único de
cada um nesta nossa gula veloz de não saber esperar, de querer resolver cada
problema e tudo de uma vez ... Claro,
virão reclamações e nos verão lamuriando o evidente leite derramado...
Acho que a gente sempre tem mais medo do desconhecido, né? Daí vem o instinto de "ir verificar" para que tudo volte a ficar bem... medo do escuro, do inesperado...
ResponderExcluirPerfeito demais seu texto Rafa!!!
Ah, e muito obrigada pelas visitas, é sempre bom ler um comentário seu =)
Bjs!
Ahh, ei de novo Rafa!
ResponderExcluirDesculpa ter sumido do blog, mas a semana passada foi uma correria só... nunca li tantos livros em apenas numa semana. rs.
Bjs!
Perfeito, Rafa, é assim mesmo que me sinto, eu e todo mundo, praticamente, que conheço : vivemos com medo, antecipamos dramas, problemas e preocupações, nos consideramos cada vez mais indefesos.
ResponderExcluirO que o futuro estará nos reservando, não?
Um beijo, moço querido.
Ah, Cel linda! Obrigado! fazia falta tu! Estava produzindo e exercitando, não há desculpa melhor. beijos;
ResponderExcluirO futuro, Luna querida, sempre reserva uma chance de evoluirmos e nos adaptarmos!beijso querida moça!