Trilha - É preciso dar vazão aos sentimentos - Bidê ou Balde.
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*( se tiver que tocar a Luz sua fé é fraca e pode se apagar depois do terceiro toque...) Foto Rafael Belo |
por Rafael Belo
Email anônimo destinado ao
mundo
Perto do fim tudo parece
voltar ao início para o derradeiro. Como um minuto eterno de consciência onisciente
do coletivo e das extensões dos universos. É como se a compreensão final
sorrisse e o som da linha reta pudesse se perpetuar na UTI invisível. Mas,
antes dos pontos finais e da pontuação necessária, há um surto de pluralização
única de nós, seres sem iguais. Nunca só calmos, nunca só irritados, nunca só
gentis, nunca só sorridentes, nunca só tristes, nunca só felizes, nunca sós
enfim, porque somos detentores de todas as sensações das mais diversas formas
captadas pelo corpo e pela alma.
Já não sei mais quem sou –
se é que já soube um dia – mas, não somos uma coisa só, não somos os anseios de
ninguém e o ideal? O ideal é sinônimo da
utopia. Uma referência, uma luz no fim do túnel posta para nos indicar o
caminho. Somos anjos e demônios sim. Não adianta negar, procurar com a cabeça os
ombros esquerdo e direito vigorosamente. Admita. Somo fortes, fracos, somos
humanos... Doamos opiniões e agimos pouco. Pouco em demasia. Chega da nossa
hipocrisia reconfortante! Nossos pecados serão perdoados e quando
compreendermos de fato, no soar da maturidade desta ou daquela idade, nos
arrependeremos.
Como ninguém sabemos ser
sábios e tolos. É da nossa natureza humana. Mudamos muito de assuntos,
insistimos muito no mesmo ou não temos assunto nenhum. Mas fazer justiça com as
próprias mãos ajuda a incitar o ódio, a decepar cabeças de hidras mitologias só
para vermos duas novas nascerem no lugar. Não precisamos tirar a vida de
ninguém ou nos privar da liberdade de ser quem somos, basta nos adaptarmos. Existem
sempre vários caminhos para chegar a um objetivo, existem vários objetivos para
um caminho.
Nosso mundo é tolerante e
sabemos bem o significado de tolerar – distante o suficiente de aceitar ou
respeitar. Queremos respostas, queremos perguntas, queremos responder, queremos
nos calar, queremos o silêncio, queremos guerra, conflito e queremos paz. As pessoas
têm interesses, nós temos interesses nas pessoas. Amamos – ou pensamos que sim –
nos apaixonamos e perdemos a paixão, fingimos desamor e às vezes o promovemos. Para
no final voltarmos ao início de um email anônimo desabafado (desesperados enviados a todos e todos os meios
de comunicação) e descobrirmos que fizemos várias rotações e translações e,
tonteados, desabamos na beira do edifício mais alto das proximidades. De lá
deslumbramos as nossas necessidades: alguém que nos ame, alguém para amar, um
grupo de amigos e lembranças, um refúgio e os momentos de silêncio e solidão. Somos
o próprio paradoxo em harmonia.
Nunca consegui promover desamor, e em algumas fases da minha vida, teria sido útil...
ResponderExcluirMuito bom, moço querido.
Um beijo, ótimo domingo!
Escrito bem.
ResponderExcluir(:
E eu tento descobrir todos os dias quem sou...
ResponderExcluirPassando pra deixar um beijinho de boa semana, Rafa!
ResponderExcluir=*
às vezes querida Luna, basta não Amar para causar desamor;
ResponderExcluirObrigado Evely, seja bem-vinda;
é um exercício constante adorada Lica;
Beijos Luna, ÓTIMA SEMANA.