por Rafael Belo
Sequidão e
fumaça. Cidade cinza amanhecida segunda-feira. Mais uma semana começa sem chuva
e as gargantas secam na mudez do real. Há tantos silêncios nas entrelinhas das
postagens, nas imagens de fundo das palavras, na presença hipócrita mudando os
ventos de direção, abafando a razão gritante. Não há lógica, há coação e uma constante
tempestade mal formada de mal estares na vontade de ficar sobre a sombra da
folha seca.
O pigarro da
falação interminável e das discussões vazias são o diagnóstico do calejamento
das contradições humanas, da vontade pelo poder eterno à custa do saco de
pancadas chamado povo. Sobre esta sombra da folha seca fica o deserto de
valores em jogo na mesa de pôquer. Vale qualquer cartada mais alta, qualquer
jogada bem arquitetada, toda alteração e artimanha empregada para no fim
abraçar sozinho a ambição, o egoísmo e toda forma de poder.
Chega um
ponto onde prestar atenção não é o suficiente, simplesmente pelo fato da forma
ainda ser sem conteúdo... Eles não dizem nada. Há um floreio sem costuras
quebrando nosso controle remoto e manualmente nos deixando na estática, na “normalidade
da alienação”. Sim, há aqueles fortalecendo as asas para tentar criar um bando
de voadores ufanistas e crentes em um presente melhor... Mas há pouco trigo
neste joio em uma medida equânime a quantidade de sombra da folha seca.
Vender a
alma para o diabo, não se trata apenas do sentido religioso da danação eterna
eclesiástica, de um pacto, ou na descrença de alguns um dito popular. É a
constante perda da paciência, da paz, da fé em troca da tranquilidade da mente
e do espírito. Vende-se muito por quase
nada, aliás, aluga-se... “Se ganha” um conjunto de demônios mentais perante o
falso sorriso para a vida. Diante disso, “talvez” a verdadeira sombra sobre a
folha seca seja a consciência da liberdade, a ação crítica e um momento antes o
de analisar e refletir sobre o nosso redor.
*captei no chão do quintal da casa dos meus pais.
Rafa, eu gosto da leveza e profundida que vc escreve não me prive disso, ok?
ResponderExcluirAdorei começar a minha segunda feira "seca" com as suas doces palavras.
Beijos Ari
Grande amigo, irmão, parceiro... é dentro das linhas de teus textos que encontro novos olhares sobre o cotidiano. Grato pela amizade de anos e satisfação de vivenciar cada etapa destes teus "olhares do avesso".
ResponderExcluirQuem quiser apreciar um bom texto eis a dica.
Marcelo Nery
Como sempre um ótimo texto reflexivo. Parabéns pelas palavras Rafa, bjos!
ResponderExcluirBom tê-lo de volta por aqui! :) Leve e profundo... é assim que eu posso caracterizar o seu texto. Sempre muito bacana lê-lo! Bjus!!!
ResponderExcluirAri querida cumadre, obrigado por enxergar rs bjs
ResponderExcluirGrande Irmãozão, agradeço pela sinceridade e pelas palavras.
Que bom Jamy! Sempre aprendo lendo vc! bjs
obrigado anônima rs bj