Silêncio Profundo
por Rafael Belo
Basta olhar para ver a tensão no
ar. Como se fosse possível pegar e sentir o peso nas mãos. Aos ouvidos parece
ensurdecedor o som do ar escapando pela válvula controladora, de escape, de
segurança... Exatamente como se cada um fosse explodir por cozinhar silêncios,
pressionar revelações e guardar verdades. Não é normal todo esse estresse e
diálogos deturpados. Não é! Estamos perturbados por pequenezes e coisas sem
valor porque as acumulamos em um grande cozido indigesto! A paz deveria reinar
em nós. A calma deveria sorrir acolhedora e toda a paciência necessária deveria
vestir nossos olhos.
As roupas coladas nas nossas
etiquetas são rótulos inúteis. Os círculos ingressados por nós são paliativos. Ambos
porque não adianta a beleza das formas, não resolve os cortes das vestimentas, não
acrescenta “estar sem estar”, não é suficiente todo o dinheiro que ainda venha
a existir se nossas existências são apenas ansiedades, preocupações, intrigas,
incômodos, fofocas, falatórios, verborragia e o porvir. Como dormir direito,
comer corretamente, aproveitar o social, usufruir a família, os amigos, as
folgas, a vida perante nossa mente totalmente atribulada e constantemente
ocupada? É humanamente impossível (?).
Perdemos tanto com nossa
imprudência e falta de percepção a ponto de ignorar os pequenos milagres no
florescer do dia e sem enxergarmos os detalhes, a totalidade é perdida.
Precisamos de muita calma para lidar com o mundo criado por nossos atos e não
adianta dizer para ficarmos calmos. A tranquilidade e a paz são conquistas
diárias. É necessário exercitar o corpo e a mente para nós manter altivos,
ativos e longevos. Não há como mastigarmos a capacidade de ficar calmos em uma
situação extrema, ou banal, se não soubermos nos alimentar da vida e dos
viventes sem sermos uma simbiose, um parasita.
Há um silêncio profundo aguardando
por nós, esperando para ser despertado em uma mente limpa. É possível sermos de
paz, estarmos em paz, mas precisamos mostrar ao guerreiro em nós, que cada dor
é um incentivo para não a sentirmos mais adiante. Um guerreiro bom é um
guerreiro tranquilo e com a calma das estações. Se cedermos vez aos nossos
reais guerreiros ouviremos os detalhes formando a totalidade do presente a
moldar o próximo presente no minuto seguinte. Precisamos pensar e refletir para
nos darmos contas das frases formadores de quem somos e das situações. Aí nossos
sentimentos e ações serão cozidos ao sol de verão.
Muito bom, reflete o momento atual de preocupações de final de ano,dentre outras coisas.
ResponderExcluirEi Rafa!
ResponderExcluirNossa que saudade de ler seus textos. :)
Também amei Nárnia, só o final que não me convenceu muito (religioso demais. rsrs). Quanto ao George Martin, acho que vai gostar mais das crônicas de gelo e fogo, isso se você for fã de fantasia mais histórica. =)
Beijos!
Oi Rafa, curti!
ResponderExcluirAssisti "Primavera, verão, outono, inverno.. e primavera" hj.. lembrei.
Já viu esse? bjs