Harmonia plástica? Só divina
por Rafael Belo
Gorda, na média, magra, atlética,
musculosa, alta, baixa, baixinha, loira, ruiva, negra, morena, branquinha,
lábios carnudos, sexies, fininhos, olhos azuis, verdes, mel, pretos... Cada
cultura tem sua preferência, cada região tem seu gosto, cada cidade sua
escolha, cada bairro seu destaque, mas cada estação tem suas especificidades de
beleza adotadas por cada um. Tal beleza tão ditada, tão seguida é apenas mais
um padrão para a minoria (mais conhecida como quem cria roupas e quem tem
dinheiro e poder). Seja lá qual for a moda efêmera atual, o que sempre me
atraiu nas mulheres tem um nome apenas: essência.
Sabemos da relatividade da beleza, apesar de
ter aquela mais comum nas nossas raízes que acaba por, muitas vezes, ser
unanimidade – mesmo eu concordando com Nelson Rodrigues “toda unanimidade é
burra”. Quem despertou meu Amor (minha esposa), o despertou não só por sua
beleza arrebatadora, mas todo o conjunto da obra que molda o jeito que ela é.
Por todo padrão estético forçado e escravizado na tal da moda, se realmente
fosse implantado seríamos plasticamente iguais. Não importa a harmonia da
plástica. O visual ideal é um mito como um único ser ideal.
Além disso, no final o ideal é apenas uma
ideia que nada muito distante da correnteza da emoção e tais belezas morrem,
principalmente porque são arrancadas de seus jardins onde cheiravam vistosas
rosas. Daí perdem seu viço e esplendor quando querem tornar-se orquídeas. Temos
até insônia pelo quanto estamos cansados de saber que razão e coração sempre se
contradizem, mas convivem para sobreviver. O poder da Beleza Padrão é moeda
corrente desde que mentiram sobre a definição do Belo (e com certeza não me
refiro a mim ou ao ...dito pagodeiro).
É claro que é como a questão da opinião é
do .. Bem cada um tem a sua e o seu, além daquele inseminado artificialmente em
nosso gene desde antes do Antigo Egito, melhor ainda antes da China Antiga.
Desde lá, a carência do homem é diferente da mulher como obviamente sabemos –
se vivemos. Não há como
cobrar o que não se tem afinal como enfeitar o pavão? A dívida fica impagável
já que aumenta como um dragão comedor de hormônios e fermento. Se você olhar
casais poucas vezes vai dizer nossa são tão lindos, eles combinam... Porque a tendência é ao
contrário.
Nestes nossos discursos pósmodernos a
“devoração” de tudo pela “devoração” de tudo é a constante insatisfação do
adotado discurso da originalidade onde foram 99% ditadas pela ditadura das
cópias, os originais estão bem guardados vendo a beleza em toda parte
balanceada com a contraparte - a falta dela. A vida é bela sim, mas não
plástica porque a plástica vem dos olhos de cada um, daquele olhar ponderado
tentando achar o lado daquele que olhou.
A vida é bela sim...o que a torna feia é o próprio ser humano com sua avidez pela beleza artificial vendida hoje em suaves prestações.
ResponderExcluirOutro fator terrível que a torna difícil é a corrupção diária do toma lá dá cá...o medo, a insegurança,humilhação,perseguição que torna algumas pessoas omissas, mesmo tendo sido éticas e que em um determinado momento da vida deixa para lá (não é de minha alçada)cansadas de ver predominar o mau caráter! Belo texto, dá para refletir em vários seguimentos,,, mamys
De acordo com o texto que retrata a beleza física.Faço o seguinte comentário:A beleza exterior ou plástica não deveria ser a mais valorizada nas pessoas,mas em alguns casos a aparência ajuda bastante. Quando conhecemos alguém,a primeira vista a sua beleza ou feiura vai falar mais alto.Porque não sabemos nada do seu interior,com o passar do tempo as suas qualidades ficarão em evidências e a beleza física fica em segundo plano.
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