segunda-feira, novembro 26, 2018

a razão não escolhe nada







por Rafael Belo

A gente coleciona medos. Tantos medos a antecipações. O principal é de ser feliz. Quando sentimos que pode acontecer escondemos de nós mesmos este medo de dar errado, de sofrer de novo, de doer, de nos machucar e focamos no ruim, nos erros, nos defeitos e em tudo que poderia dar errado. Quem já não fez e até continua fazendo tal afronta a si mesmo? Há seres humanos horríveis por toda parte e até o são sem saber e aqueles nem tão bons ou nem tão como queremos ou são horríveis por vontade… É difícil se apaixonar ou seria fácil demais?

Falo por mim ser difícil. Enganei-me com frequência pensando ter caído de amor até cair em mim e perceber os ideais de pessoas cultivados e até o apagamento total do que já considerei erros e defeitos. Para escrever é ótimo estar no modo paixão, mas até agora só fiz placebos para tomar, para comer, para visualizar… Aliás, tudo fica melhor e solucionável neste estado sem razão. Para uma existência saudável sinto ser além de recomendável se apaixonar diariamente por outro alguém. Só pela vida e a partir de si mesmo não basta. Sinto não ser o suficiente.

Assim eu tento. Mas como eu disse, é difícil eu me envolver, me interessar… Isso não tem nada a ver com todas as relações anteriores da minha vida. Não é guerra dos sexos nunca foi. Todas as mulheres da minha vida não deixaram nada em haver. Tudo teve início, meio e fim. Algumas abortadas antes de ter chance também vieram e se foram… Somos trilhões neste mundo… Nem tanto, né?! Somos 7,6 bilhões e devemos chegar a 8, 6 bilhões em 2030… Porém, agora mesmo ignoramos isso e focamos nas mesmas pessoas que passaram em nossas vidas. Fora levarmos conosco as dores, o negativo, não os amores, o positivo.

Descobri que a razão não escolhe nada. Ela coopera para seguirmos construindo algo escolhido por almas e corações. Esta separação de nós mesmos nos complica. Somos um conjunto de eus, mas no agora. E se esta bem e tem conserto, tudo bem continuar tentando, do contrário não é saudável. Vamos ainda cantar uma canção real sobre esta descoberta, algo como quando te “conheci aprendi, entendi…”. É mais comum o que consideramos “dar errado” e tudo bem. Não é um defeito, é um jeito de seguir, de buscar o tal direito a ser feliz. É a boa e velha esperança. Aliás, mais feliz.  Encontrar a Felicidade em nós e na vida pode vir primeiro, mas não há regras quanto a isso. Enquanto isso, até chegar ao Amar maiúsculo, vou me apaixonando por mim mesmo e pelas Belezas da vida. O que posso dizer sobre isso é: eu recomendo e também Malandragem, bem Cazuza. Eu sou poeta e não aprendi a amar. Amo a mim mesmo, a vida e a ajudar tudo em Liberdade, mas o Amor romântico ao outro ainda procuro aprender.

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