domingo, agosto 25, 2019

Não somos fantasias (miniconto)








por Rafael Belo

Desinventei a mim mesma sentada aqui nesta escultura de um sorridente Manoel de Barros. Fiquei assim, vazia imaginando o quando ele não gostava de exposição. Não o conheci mas são palavras da neta dele. Neste Centro da cidade, a velocidade me atormenta e o desrespeito. Não se pode ser mulher. Não se pode não ter partido e ter posição, atualmente parece ser contraditório e hipocrisia. Preciso deixar de ser uma fantasia.

Bem neste lugar, houve um tempo que o tudo visto ao redor, não era nada. Apenas um grande campo. Inexistia até pensamentos sobre isto aqui. Engraçado terem colocado a escultura do Poeta no ponto exato… Tanto aconteceu neste descampado… Digo quando era descampado… Lá no início de tudo, antes mesmo de mim, aqui era o fundo mais profundo de um oceano. O Oceano Único. As Proprietárias Originais da Vida me juraram que nem se sabia o que eram conflitos, combates… Guerras!

Eu não era sequer um sopro. Mas na minha infância já era. Tudo era atraído para este Nada. Até o Vazio vinha tentar sentir por aqui. Com sucesso, diga-se de passagem. Há algo aqui ainda do Inexplicável para mim. A Energia parece vir daqui. Os olhos do mundo constantemente se veem nesta mesma sintonia e se voltam para cá. São quando coisas incríveis estão acontecendo. Pensando em tudo isso eu desimagino para imaginar as possibilidades e ativar minhas ações no meu querer.

Eu quero. Eu posso. Eu consigo. Eu sou A Alma deste espaço, destas pessoas esvaziadas… Sou Soul! Você sente Manoel? Pode sorrir pela eternidade desta quantidade de pequenez por aqui. Mas sei ser o mesmo em toda parte… O Reconhecimento dela nos ajudar a começar a ser Grande, a entender o Poder da Humildade. Pense nisso!  A Força do Pensamento é Pensar. Eu Existo! Olha como estou sorrindo Manoel! Respire comigo de olhos fechados. A Energia está aqui. Não somos fantasias!



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