por Rafael Belo
É loucura. Só pode ser. É melhor que a alternativa. Esta é nossa constante afirmação diante de algo ao qual não queremos acreditar andando como se fôssemos pessoas embaçadas, sombras de nós mesmos… Preferindo ser idiotas a práticos e educados. No trânsito mesmo é o sinal da revelação das pessoas. É o sinal da preferência por si sempre e por defender um espaço supostamente nosso, supostamente particular, não damos preferência ao outro, não cedemos, preferimos esbravejar e não respeitar nem as leis nem o outro.
Nossa idiotice cotidiana realmente chega a ser insana. Não há ganho, não há objetivo, não há sentido, não há motivo para uma alteração de humor contida de enfrentamento. O trânsito é o melhor e o pior exemplo disso. É como se fôssemos possuídos pelo desrespeito e pela marcação de território. Como se ainda nos escondêssemos nas cavernas esperando a noite para atacar ou reunir um grupo para dominar. Mas ao invés disso, estamos atrás dos volantes, dos guidões… Das palavras, dos status, das mídias digitais.
Eu diria que nunca fomos tão idiotas. Seria errado dizer. A verdade é: sempre fomos. Agora só é vmais difícil esconder. Se você sinaliza uma mudança de faixa e a outra pessoa dirigindo ou pilotando acelera ao invés de diminuir qual é o nome disso? Por estas atitudes mesquinhas e diminutas… Tão pequenas morremos cedo. Uma raiva, um rancor totalmente sem propósito nos adoece. Nossa sociedade está doente porque nós estamos doentes.
Não é idiotice agir de uma maneira que poderia ser evitada? Algo totalmente desnecessário por orgulho? Por ego? Por não querer ceder? A paz não é melhor? A vida não é melhor? Em qual local batemos a cabeça, afinal? É totalmente entendível termos mágoa, raiva e rancor, mas vai além alimentarmos isso. É uma construção para a destruição. Onde está a educação, a cortesia, o sorriso? Alimentamos nosso demônios pessoais criados no nosso peito e na nossa mente para no final nos resumirmos ao raso, ao idiota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por compartilhar seu olhar.