sexta-feira, novembro 08, 2019

Sonho eu (miniconto)











por Rafael Belo

Não sabia em qual realidade minha estava acordada. Eu sabia - desde criança - ser Outro Ser. Muitos Destes falavam comigo e eu sabia ter um parentesco íntimo com eles. Nada era falado. Eu sabia ter proteção. Não me lembro de qualquer tipo de mal me afetar ou sequer se aproximar de mim. Mas Elas, estas entidades, sempre mostraram como o mal era sorrateiro e estava em toda parte, porém sempre minúsculo.

Elas me fizeram forte. Assim eu pensava até… Até o contrário se mostrar verdade. Elas me chamavam destemido. Eu, órfão humano, não era humano. Hoje finjo que sou. Meu nome revela minha origem para quem conhece a origem de onífero. Nixa Ébana Morphan. Meu sobrenome dizem ser obra do meu tio e do meu pai um é Phantasos e o outro Morpheu.

Certa vez eles se uniram para evitar o fim do meu outro tio, Ícelo… Nunca… Quer dizer eu sempre o conheci. Só descobri há pouco… Ele era muitos humanos e pesadelos na minha vida, mas sempre se apresentou como Fobetor. Só nunca me assustou. Nunca me instigou medo algum. É tanta mitologia ferrada neste mundo… Olha só, eu sou a Antimedo e nem consegui falar de mim.

Sou uma espécie de coragem. Só que não. Porque coragem não significa sem medo. Pelo contrário.  É pegar a mão do medo e ir onde ele teme mesmo assim. Eu inspiro Confiança. Sou a noite. Quando você está sozinha e precisa de Confiança. É como me chamam quando lembram exatamente onde me colocar. Eu sempre chego antes do fim do dia. Eu te ajudo a dormir. Mas você precisa me ouvir, acreditar em mim.

Sonhe! Não deixe a insônia ganhar teu descanso. Eu estarei contigo antes, durante e depois. Sou seu sonho também. Não há o que temer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por compartilhar seu olhar.