por Rafael Belo
Somos injustos, somos cruéis, somos ingratos. É fato. Nosso ego e arrogância vive a nos cegar. É difícil admitir quando se é tanta carne e quase nada espírito, quando o nosso alimento é o desequilíbrio e o reflexo de como somos tratados pelo mundo. Nos falta fé e não vem a frase "no fundo" antes. Estamos aqui na superfície. Estamos rasos cheios de insegurança, desconfiança e atitude. Somos questionadores imprudentes porque segue nos faltando também nos colocar no lugar do outro e mais… Nos falta tanto, mas penso ser o maior destas faltas o arrependimento genuíno, o avivamento.
Deixamos de acreditar em tantas coisas e perdemos mais uma chance de nos edificar. Não falo olhando ao redor. Estou de olho no meu próprio umbigo e antes disto soar e parecer egoísmo já digo algo nada inédito: a partir do reconhecimento dos nossos erros, nossas falhas e ações para mudar isto é que processamos nossa fé. Saímos, assim, do raso, desta superfície mercantil de troca e nos entregamos, nos doamos, profundamente acreditamos e vivemos na imersão total da fé.
Há clareza e vivência. Os atrasos, os vícios, nossos constantes pecados vão diminuindo conforme vem o entendimento tão pedido. Devem usar sim a razão, mas não é sozinhos que garantirmos ser esta razão A Verdade, há o coração e A Palavra para nos orientarmos por isso, somos ovelhas. Não no sentido de dependentes, controlados, mas repletos de condições a nos adaptarmos ao local onde vivemos para fazermos a diferença e aceitarmos sermos pastoreados pela Força Tremenda a qual chamamos simplesmente de Deus.
Ovelhas são dóceis e tranquilas, reconhecem rostos dentro do rebanho, inclusive o seu pastor. Elas também sabem se automedicar quando doentes comendo plantas específicas para serem curadas e digerem grãos que outros animais não conseguem, afinal elas têm dois estômagos. Além disso, se generaliza ovelha para falar de toda a espécie e, talvez, porque o carneiro (macho da espécie) é agressivo e protetor diante das ameaças. Já cordeiro é o filhote e o jovem da espécie. Outro fator a nos colocar como ovelhas é o tempo. Elas foram o segundo animal domesticado entre 17 e 13 mil anos. Elas sabem também ser eficientes já que produzem lã desde o nascimento e cada vez que é tosquiada, sua lã fica melhor. Ou seja, ela sempre produz, ela sempre frutifica, ela não fica parada, ela não espera nada acontecer.
Isto é edificar. Diferente de achar ter razão, como por muito tempo achei e lutei para deixar isto claro fazendo prevalecer esta minha justiça própria, está minha certeza do que é certo. Porém, não há a justiça dos homens de Lei e a Justiça de Deus ? Se eu agisse como antes seguiria sendo uma cobra picando sempre que pisado ou tentando pisar. Quando entendi transbordei e encho a boca para certificar: EU SOU OVELHA!
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