Arauto das águas
A chuva escorria pelo rosto da noite
e chovia pelos ruas vazias feitos
filetes de rios
cruzando a pororoca da impermeabilidade
do asfalto
as águas trovejavam em um crescente
posto em açoite
no descanso do silêncio das almas aladas
presas aos corpos por fortes fios
oferecendo o prolongar da correnteza na previsibilidade
do arauto
o som vinha arrastando gente cansada
de cansar e aos poucos foi-se
com chuva calorosa repentina rasgando
o rosto da noite com brios
estralando no pavimento quente no
ritmo cadente da preparação de um salto
a cantar seu canto em pranto do alto
dos cios das águas descansadas... No fio da foice.
(Às 22h23, quinta-feira,
18 de outubro de 2012, Rafael Belo)
Parabéns!
ResponderExcluirMuito boa a poesia,você é um artista das palavras em forma de versos.Que sensibilidade!!!
ResponderExcluirSuas palavras foram lindas!
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