Multidões silenciosas
por Rafael Belo
Sabe quando a eletricidade estática vira um gerador em seu
corpo e os estralos dos choques dão impactos constantes em qualquer pessoa e
metal tocado? Você sabe... Há algo a ser mudado. Há um sentimento silencioso se
manifestando fisicamente. Há um impulso insistente retumbando pelo corpo até
incomodar a mente. E somos diversificações de semblantes, e somos concentrações
de energia. Esta energia acumulada precisa ser liberada, ser direcionada... É hora
de abraçar mais, apertar mais mãos e principalmente andar descalço para ser
hábito.
Por os pés no chão nos coloca em contato com o mundo e nos
faz sentir a vida conectada. São multidões silenciosas mal acomodadas dentro de
nós e não é só isso... Você não está sozinho. Basta ver a acomodação encalhada também
na praia deserta de outrem. Há alimento em abundância, há água potável, há toda
a sobrevivência e ponto. Nada mais. Mas é o suficiente para a vida, para todas
as possibilidades e obstáculos nos nossos caminhos? Não é preciso responder o
óbvio. Só é preciso sentir o vento soprar diferente, sussurrar um rumo desejado
por nós interiormente...
Abrir os olhos não é só ver o primeiro plano da imagem vista.
Há muitos planos nesta imagem, há ângulos demais para à primeira vista tudo ser
enxergado. Mesmo porque a totalidade não nós é permitida, pelo menos não
sozinhos. Existem influências e tendências no caminho de cada um de nós e são
nós absorvidos de forma a somente nossa individualidade poder atar e desatar. Esta
é a razão pela qual quando a compatibilidade de uma causa passa de 50% a adesão
chega a ser avassaladora e, portanto, não é inexplicável (vale também para a
amizade e talvez para tudo na vida).
Inexplicável poderia ser não haver o estranhamento de si em
alguns períodos, pelo simples fato da imposição publicitária imagética ser tão
forte por toda parte. Mas quando o incômodo começa, a mutação de gerador e
transformador no nosso coração e cérebro uma hora ou outra nos consume. Somos
consumidos. Não pelo mundo, pelo acaso, pelo óbvio... Por nós mesmo. E somos
uma multidão silenciosa reprimindo o desejo de andar descalço e nossa energia
se alimenta de nós, não ao avesso.
Vc tem ideias quando dorme, vê situações do quotidiano q te inspiram, pensa durante o dia no que vai escrever...???
ResponderExcluirConta como funciona tanta inspiração!!
É uma questão de observações de mais e reflexões em demasia rs as palavras estão sempre sendo geradas e parindo outras e outras e ás vezes ficam assim coerentes rsrs
ResponderExcluirps: adorei o cotidiano a moda antiga rs ótima semana
Muito bom, como sempre, seu texto....Parabéns!
ResponderExcluirobrigadooo
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