segunda-feira, outubro 01, 2012

Misturados aos tons alaranjados do pôr-do-sol


Ter fé. Vendo o brilho natural nos olhos das pessoas percebi a vontade de ter em quem acreditar. Ávidas por atenção e por alguém do qual seja possível tocar, conversar e ouvir... Imitar até. Aquela ânsia de estar próximo, esta carência de exemplos a espalhar a desconfiança. Mas, não é uma desconfiança qualquer é um desconfiar confiando com um quê de “e se...” Há uma necessidade latente de completar este espaço tão emaranhado de teias.

Por mais divino ser o humano, há este físico sensorial aflito por algo além da mesmice, existe um sorriso escondido atrás do brilho dos dentes incontidos... Está a carne querendo um semelhante nas falhas, este também sendo divino, este ser de carne e alma no espelho e por onde haja um pensamento. Este deve ser o motivo de tanta contradição, tanto desequilíbrio, tanta expectativa invadindo já fora da pele e da mente incapazes de conter já tanto sentimento exalando...

Então, falar do nosso outro lado, nossos silenciosos pensamentos, nossos ardilosos sentimentos não é mudar é revelar realmente quem é você e quem sou eu. Lá está o medo de ser descoberto, de perder a cobertura do errado, de tentar peneirar toda a velocidade da luz dos raios solares, da própria percepção dos limites entre o poder e a lei. Do seu meio e o da cidade, do meio dos outros e do público. O particular e o público se misturam na navalha viciosa das mídias sociais.

Ficar onde está é como dizer não ter nada mais a ser feito, a vida acabou. É isso mesmo?Os sonhos chegaram ao fim? As conquistas cessaram? Podemos, então, nos misturar aos inúmeros tons alaranjados do sol e nos despedir desta insossa vida planejadíssima por nós, tão inteligentes a ponto de saber a hora de dar um basta, certo? É... Desistir sem tentar o suficiente é bem renovador, é exatamente a forma de mudarmos aqueles detalhes incômodos do qual tanto reclamamos. Estamos a nos pôr?


Um comentário:

Socorro disse...

Muito Bom! Interessante!