Procura-se
1,4 kg e nosso blábláblá
por
Rafael Belo
Nunca
antes na história deste país...? Não... Melhor começar com: Nunca
antes na história mundial tanto um cisco foi Francisco. É claro que
a nova vossa Santidade merece todo o respeito e atenção, mas esta
abordagem inicial é para focar os extremos. Estamos extremistas e as
redes sociais cada vez mais ajudam a acentuar o fato. Não pelos
assuntos em si – pelo menos não sempre – e sim pelo esgotamento
e esvaziamento destes. E, claro, a doutrina falo o que quero
edito-ignoro-bloqueio-excluo o que não me convém. As opiniões são
realmente intoleradas então, temos mais um adjetivo a acrescentar,
intolerantes. Extremistas intolerantes.
Andamos
comendo muita porcaria, quer dizer, acreditando-confiando-aceitando
quaisquer bobagens mancas ditas na televisão e, pior,, quaisquer
coisas coxas jogadas no ventilador da internet. Aliás, falamos do
maxi eufemismo tolerância...? Devemos ser tolerantes "por isso, por
aquilo", como se tolerar fosse algum paliativo quântico e aniquilasse
os sentimentos reais e pensamentos sinceros nublados da boca para
dentro. A bem da sanidade devemos é respeitar o outro não por
“tolerância, porque não temos nada a ver com as escolhas deste.
Não existe outra alma igual a sua ou, se seu sincretismo é outro,
não há alguém que pense exatamente – está escrito e-xa-ta-men-te –
igual a você. Nós cedemos de boa vontade pela convivência.
Somente
cada um de nós e nossa fé (que pode ser em algo além de nossa
compreensão ou no próximo passo vitorioso ou ambos) respondemos por
nossos atos. Não somos obrigados a nada (que não seja contra lei),
mas insistimos em mostrar nossa pior face na sequência e socar até
a irracionalidade ser gritante e o evitável ser inevitável – não
preferencialmente nesta ordem – e para quê? Para mostrar ao
efêmero mundo, e mais efêmero ainda mundo virtual, o quanto somos
poderosos, inteligentes, na moda e esteticamente ideais para procriar? – não, né?! - simplesmente copular, oscular, seguir cegamente o
mais popular ou qualquer uma das opções não relacionadas....
Temos
um cérebro que pesa em média 1,4 kg e comanda o corpo todo, muitos
sentimentos, milhares de subsentimentos e milhões de opiniões e
ainda assim conseguimos embutir um não “consigo mais”, “não
aguento mais”, “nem quero ouvir” e um milenar “é assim e
pronto” ou o popular “ãhã, tá bom”... Mas, então - depois - reclamamos de tudo isso e muito mais, afinal somos seres humanos e
blábláblá. É uma "ótima" nos desculparmos pelos nossos erros e os
dos nossos próximos ou até daqueles bem distantes, mas dos quais
queremos nos sentir quase irmãos ou “declarados” fanáticos
seguidores, aliás, minimizá-los com o jargão mais clássico “somos
'simples' humanos”. Se é o caso, é hora de ligarmos o botão da
nossa Humanidade ou sair em busca – pelo menos da pergunta – onde
está nossa humanidade?!
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