por Rafael Belo
Você já assumiu o quanto a gente
quer que gostem da gente? Mesmo quando nos esforçamos para sermos autênticos e nós
mesmos... Seja lá quem formos... ? É natural querer. Não queremos que nos
rejeitem, que nos odeiem... Tudo ao nosso redor durante o nosso desenvolvimento
dá a entender inocentemente que somos únicos e especiais, uma inocência que
insistimos em manter. Uma proteção egoísta que acaba sendo só para o bem de
quem protege. Podemos até chegar a maturidade de não ligar a mínima para o
opinião dos outros, até realmente nos tornarmos únicos e especiais para nós
mesmos e para algumas pessoas, mas até lá ainda temos esta tal inocência em uma
país onde a exaltação é a malandragem e a malícia. Mas devemos perdê-la?
Quando finalmente este sistema lucrando
com nossa insegurança nos faz perceber que a vida não é um filme que não
entendemos acabamos desacreditando em partes em relacionamentos cantando o
mantra de que não era a pessoa certa, que a pessoa certa irá chegar... Até nos
cansamos tanto a ponte de nos afundarmos em relacionamentos ruins com medo de
ficarmos sós, ou então desconfiamos quando está tudo certo achando estar certo demais
e ter algo errado, criando bloqueios e comparações ou ainda transformamos
aquela velha inocência em aprendizado seguindo em frente e não deixando de
acreditar sermos todos seres humanos cheios de falhas crescendo diariamente. Mesmo
assim não simplificamos nem uma conversa e...
São tantos códigos possíveis nesta
conversa que a clareza precisa ir além das palavras e dos gestos. É preciso
dizer exatamente as intenções e ter a vivência de entender que erramos e também
as intenções mudam. Não somos uma coluna de sustentação de algum imóvel antigo
tombado. Podemos despir de nós todas as exigências das sociedades e ainda assim
manter a inocência de uma criança, mas sem deixar de tentar diferenciar
sinceridade de conveniência e manipulação. Afinal, inocência e ser trouxa e
capacho são totalmente diferentes. Até porque a falta de caráter motivando
tratar qualquer pessoa como trouxa e capacho é de quem tem a atitude cretina do
tratamento.
Precisamos desta inocência da infância
editada para não sermos explorados com medo de perder “amizades”, de “acabar
com a relação íntima”, da reação do outro, de sermos julgados, de não dar
certo, de sermos demitidos... Se não for dito, não será adivinhado, precisa ser
exposto, iluminado, inocentado todos aqueles que têm a coragem de acreditar nas
pessoas e que sofrem as retaliações (consequências), estes sabem encontrar a
paz. Vamos assumir tudo que precisa ser assumido, não importa o que digam.
Bela reflexão!
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