sábado, junho 08, 2019

Como acreditar?! (Miniconto)







por Rafael Belo
A Verdade estava descalça, nua… Mas nunca crua. Caminhava forte. Forte em seu gênero. Era mulher sem vergonha alheia, sem vergonha de si. Era tão alta… Quer dizer é tão alta nunca diminui. A Verdade nunca morre. Ao contrário da mentira. Esta cresce, fica evidente, porém é sempre pequena. Suas medidas várias são em proporção, mas nunca vertical nem na diagonal sempre horizontal. A mentira covarde foge…

Até ficar encurralada. Até a Verdade a pegar em todos os pontos e elas precisarem conversar porque no fim são só as duas. É o que acontece agora. Olha está Verdade se sentindo absoluta e eu nem consigo a olhar nos olhos. Eu sempre fui abusada, agora sou envergonhada. Será que vou precisar morrer pra mudar. Dói morrer? Heim, Verdade? Dói morrer?

Poucos coisas minhas doem. Então, te digo que a morte é sua. Uma mentira. Vai o corpo, vai a dor e a Alma infinita continua. De onde veio está coragem de falar comigo? Você nunca nem me olha e está se forçando agora a isso? Você acha que sua alma fica infinita se você a sacrificá-la por dor, pelo domínio do Vazio e do Nada? Você está cometendo suicídio?

Não! Não estou! Você sabe ser da minha natureza ser pequena, não te encarar, mas agora o faço. A dor é insuportável!!!! Eu me desfaço agora sem a mínima intenção de me suicidar, apesar das minhas palavras não terem valor, apesar de não ser possível acreditar em mim. Isto não é um sacrifício em vão… Meu propósito e seguir seu caminho quando eu voltar em outro reino… E… Foi isso! A mentira se desfez e a Verdade,  sem hesitar, seguiu seu caminho.

3 comentários:

Delasnieve Daspet disse...

A verdade, sempre, segue absoluta.

Anônimo disse...

A verdade é absoluta

olharesdoavesso disse...

Ela é imutável! Obrigado 😍