Por Rafael Belo
Talvez a terra seja plana e todo conhecimento inútil, diante da petulância humana de dominar o mundo… Não. O descaso habita em nós quando não nos damos o trabalho de se importar, de se esforçar diante de tantas dores psicológicas insistindo em confundir quem muitos são e quem nossa sanidade diz que somos. Somos sãos? Como seremos depois de restritos e confinados?
Esses dias de convivência "obrigatória" intensa foram de renascimentos. Mesmo saindo ainda confinados e ainda restritos neste relaxamento do isolamento, ficou mais fácil perceber que muitos de nós, inclusive eu, mantemos muito de quem somos confinado e restrito, por isso o lapidar necessário cego até outrora fica evidente, grita no ouvido, nos abala, desaba e nos mostra nossa fragilidade. Ou a gente sai ou entra no casulo. Nesta possibilidade de se transformar, se esconder ou revelar, a certeza é a necessidade de limpeza, de fazer legalmente nossa própria obra e descartar o entulho no lugar certo.
Mas, como tudo na vida, é preciso reconhecer e assumir cada erro para realmente se libertar, para realmente mudar. Aliás, tudo mudou menos a necessidade das pessoas de estarem certas batendo no peito que não acontecerá com elas enquanto o mundo segue morrendo e vamos ensaiando o mais novo fim do mundo chegando diariamente depois de tentarmos voltar a fazer as mesmas coisas que nos trouxeram até aqui.
Aqui onde estamos na necessidade de eufemismos e diminuição do outro e dos acontecimentos com diferentes finais diários, porém, sempre colocando o foco na política, na ideologia, nas divergências, nas diferenças e tantos abismos que nos separam. Mas sabe de uma coisa? Tudo isso não significa nada. A vida nos junta. Nosso destino muda. Nossa missão é bem maior. Crescemos e os abismos parecem pequenos buracos. Sem união, fé e bom-senso nossa sanidade se liberta e ficamos confinados na insanidade que criamos hipnotizados pela escuridão do abismo preso no nosso olhar.
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