terça-feira, maio 19, 2020

Morada divina








por Rafael Belo

O silêncio nem sempre é uma pausa entre sons, barulhos e ruídos.  Por que ele não é mudo, não é uma inação. É ação , é preparação e análise. É ouvir. Neste tempos de inquietude tudo é sinal de preocupação, mas não tem nada esperando. Tudo acontece independente de nós. Posicionar se é uma necessidade psicológica, emocional e social.  Os resultados só vêm depois é uma consequência de um início e um meio. 

Nada disso é sinal de ficar parado, mesmo se parados estivermos. O silêncio é uma necessidade para nossa própria saúde. E mesmo que seja soma de paralisias, há significados ali, há algo não dito ou desdito ou precisando dizer algo. Cair pode até ser mais fácil que levantar, mas está chegada até a altura da queda nunca é toda negativa. É preciso ter fé em, no meu caso, Deus, além de nós e dentro de nós, e assim em nós mesmos. 

Já foi provado e reprovado (em todos os sentidos da palavra) que basta um instante, um descuido para mil virar zero e para zero virar mil. Para ter tudo, para ter nada e assim vai... Ainda assim nos torturamos mesmo quando estamos corretos, amparados, nos questionamos e de onde vem esta dúvida, esta angústia que se tivéssemos realmente fé, realmente acreditássemos , não a teríamos? 

Vem de darmos ouvidos, darmos voz, darmos vez a quem e aquilo que só semeia nosso mal, que só se alimenta do mal-estar. São estes demônios que deixamos entrar nas nossas vidas para nos desviar do nosso caminho. Mas se nosso propósito está traçado, se nossa missão está escrita… Precisamos ouvir o Silêncio e silenciar para ouvir a nós mesmos, a Deus e, então, nenhum barulho ou ruído vai nos fazer duvidar de novo e nos fazer sentir inseguros, pois somos Morada do divino.

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