por Rafael Belo
Nada começa grandioso. Tudo sai do detalhe, do pequeno. Seja uma ideia até a percepção. Para ver o todo a gente toma distância. Diante de uma rachadura a gente procura as possibilidades, origem, o motivo para agir. Mas às vezes só é possível desviar em um primeiro momento. É o caso de buracos. Eles surgem com o tempo ou simplesmente pela má qualidade do material.
Se andamos rápido passamos por cima, se corremos nem vemos, se andamos no limite da via ou da vida temos tempo para decidir o que fazer, mas o fato é que o buraco não precisa só ser tapado, costurado, preenchido… É preciso agir com a certeza que ele não vai ficar lá aumentando e provocando outros buracos a surgirem. Quando ignorado, as proporções dele podem perder as medidas. Por isso, chamo os problemas da vida de buracos.
Se não resolvermos no início e até prevermos o surgimento dele, o buraco nos engole. Caímos no buraco e desacostumados a olhar para cima vamos vivendo nele. Vamos o ampliando, o reformamos, o deixamos do jeito que queremos, mas continua sendo um buraco. Continua nos derrubando, nos afetando, desestruturando tudo e gerando sequelas. Dependendo do quando o buraco está desenvolvido, ele faz vista para outros buracos e pode ter outras conotações…
Estamos esburacados. O mundo não precisa de reforma, nosso continente não precisa de reparo, nosso país não precisa de conserto, nosso estado não precisa ser arrumado, nossa cidade não precisa de acréscimos, nosso bairro não precisa de visibilidade, nossa casa não precisa de uma pintura nova e a gente não precisa pensar diferente… Precisamos entender o buraco que cultivamos, olhar para cima e ver a saída. Vamos acabar com os buracos, fazer de novo e da melhor forma até termos o máximo de nós sem cair, causar ou viver em buracos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário