Há sempre uma forma de cavar mais fundo. No fim é um poço. O poço pessoal de cada um. A gente olha o redor e vê pessoas aparentemente pior em diversos aspectos, mas é a nossa visão. É o nosso julgamento. Nosso fundo, pode ser um abismo… Mas não acredito haver nenhuma profundidade onde caímos, nos jogamos ou ainda vamos capaz de nos prender ou soterrar.
Temos ainda a mania de ajudar os outros para nos sentir melhor. Nossa simpatia se foi, nossa solidariedade engatinha perdida, nossa empatia nem nos foi apresentada e queremos o rótulo de bons. Aquela humanidade nos colocando em uma categoria diferente dos outros animais está todos os cartazes de procurada. Mas a verdade é que nós precisamos de tratamento. Encontrar a água deste nosso poço e nos hidratar até entender a nós mesmos.
Nossas histórias não nos fazem melhor ou pior. Elas simplesmente são o nosso caminho. Nossas opiniões, pensamentos e atos não nos são. Eles não significam que somos isso ou aquilo. É uma transição, uma aprendizagem, passos que escolhemos dar… Nós estamos muita coisa, mas quem somos não é definido desta forma tão simples. Dores, amores, valores podem sim mudar nosso ser, não nossa essência.
É por isso que tudo ao olhar é aparência. Nossos sentidos têm mais razão. Dar oportunidades e se dar possibilidades é construir sua própria fonte de água corrente, não empoçada, não com um fundo esperado e limitado. Meus limites terminaram quando desconstrui este tal fundo do poço. Não deixei de ver atrocidades, barbaridades, crimes hediondos, mas deixei de pensar que só a prisão ou só a morte resolvem. Soluções paliativas se tornam problemas maiores. As causas sociais e pessoais que impulsionaram todos até aqui precisam ser estudadas e receber ações paliativas. Cuide de seu poço, não julgue o dos outros. Não os represe e, principalmente, não represe a si mesmo.
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