Sua face dizia tanto, seus
lábios quanto se mexiam, mas não condiziam com as expressões. Suas mãos
pareciam amarradas... Todo o contexto entre os silêncios e a fala parecia
perdido entre as palavras costuradas entre uma ferida e outra. Ela estava lá
trabalhando a interpretação espiã infiltrada entre o cérebro e a língua,
enquanto chovia em uma parte e o sol vinha desértico de outra. Enquanto o mundo
vinha desatento trombando em suas falas e suas caras e bocas.
Detalhe é passarem
desapercebidos os detalhes. Toda a conversa era incompleta, toda visão
deturpada. Toda a riqueza da nossa língua viva e da conversa do corpo eram
sumariamente ignorados. Havia um limite bem diante dos olhos oculto e toda
informação completa parecia telefone sem fio. Era a aridez de um deserto de
atenção. Era como entender apenas 1/3 de cada assunto. Era como enxergar 1/3 do
dia pensando ser 3/3. Um rachar da terra na nossa erosão.
Sem água, sem cuidados e sem
atenção a erosão se espalhava e toda face rachava e cada máscara despencava. Ela
queria entender porque não era entendida, ou melhor, porque era mal entendida e
depois tinha de utilizar exemplos. Desenhava e criava uma legenda... E mesmo
assim, pouco depois a desatenção voltava. Os detalhes ficavam de lado, a vida
ficava de lado. Era essa sua tentativa desde as primeiras linhas: explicar os
detalhes.
Mas, a escassez de atenção
aos detalhes acabava com vidas todos os dias.
Tornava toda a profundidade um manequim do passado sem vestes para
vender sem vitrine para enfeitar. Ela, a entrelinha, ficava solta nas páginas,
desentendida nas expressões, flutuando no ar a espera de ser aspirada, no
intuito de ser inspiração e a reinventarem como detalhe. Ela gostava de ser um
detalhe a mudar tudo, por não ser dita e mesmo assim tanto falar. Porém, ela
iria tentar ser ponto final três vezes para garantir ser entendida, mas o
grande detalhe é parecer tão reticente...
Um comentário:
A terra mal cuidada,com erosão ou seca,não serve para plantar nem tão pouco para via pública,onde os transeuntes deviam passar.Segundo o conto,ela gostaria de entender o motivo de tanto descaso.
Enfim,o problema com a terra pode ser comparado à um rosto sem viço,que com o passar dos anos,a pele fica flácida,o rosto cansado.Muitas vezes por falta de cuidado:Assim como deixaram de cuidar da terra.
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