quinta-feira, agosto 23, 2018

noite de inverno








estou sentado levando choque
choco a energia circulando de não sei onde
é como uma antiga Londres imperial
vivendo em um país marginal sem acaso
quando cada ocaso se senta ao meu lado
infantil e medroso feito turba sem argumento
só tanto ranço quanto o peito pode aguentar
carregar até quando a bolha estourar
e neste escravizar ver o libertar
apontar para o quanto fomos adulterados
pendurados no senso comum sem bom senso
esquento minhas extremidades frias
esfregando as mãos vazias
não há soberania nem a pele em questão
mas mesmo que não exista
há quem não desista de inventar
tentar prejudicar sem cautela
espalhar nutella
enquanto contrariando vou incomodar
na noite de inverno que não está lá.
+às 18h, Rafael Belo, quinta-feira, 23 de agosto de 2018+

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