sexta-feira, fevereiro 01, 2019

Libertei-me do tempo (miniconto)







por Rafael Belo


Eu tremia sem controle. Descontrolado também estava meu sorriso e não era de nervoso. Talvez eu fosse a única mulher por ali. Eu sabia qual era o erro, além desse… O som só existia quando eu me lembrava dele. De alguma forma me tornei o meu sonho. Pelas minhas memórias poderia ir mais… Consegui estar fisicamente no lugar onde já estive. Mas não era só isso, conseguia acessar em qualquer tempo. Passado, presente, futuro… Libertei-me do tempo que nos controla.


Quando meu conceito de certo e errado me batia em cada esquina, precisei rever os meus conceitos. Bem clichê! Mas, realmente eu tive que admitir que só aprendemos apanhando, dando as caras, enfrentando… Mas, se este for meu Efeito Borboleta, não é pra me ensinar sobre escolhas e como é a maneira que entendemos elas o motivo do caminho? Ou seria uma ditadura cósmica onde não importa a escolha o resultado vai levar para o mesmo lugar?


Este meu Mundo de Sofia particular estava me fazendo passar mal de ansiedade! Há tão pouco tempo eu havia conseguido esquecer o tempo. Desapareci silenciosamente. Joguei fora os relógios que ainda existiam, doei meu celular… Vendi tudo. Fui para lugares frios onde poderia usar gorros, tocas, máscaras e esquecer da aparência. Parei de falar de milésimos, segundos, minutos, horas… Adiantar e atrasar se perderam no meu vocabulário.


Ninguém está preparado para saber! Respirando calmamente me misturei aquele rio desaguando em meus mares e assim oceano pensei na responsabilidade de ser a única Máquina do Tempo consciente… Não. Não é verdade! Há outras! Sinto isso agora. Elas me chamam. Eu ouço tudo… Elas me esperavam! Não. Este lance de Profeta, de “A” esperada… Meu! Não! Cada um é sua própria aspas, seu próprio profeta… Olha aí a ansiedade de novo. Olha eu vou para a inexistência do futuro encontrar minha cachoeira e não me venham com esta de quandos.... Eu vou voltar!

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