por Rafael
Belo
Eu sempre tive vontade de
dançar. Parecia algo inerente ao meu corpo. Se eu fechasse os olhos meu corpo
se moveria inspirado pela letra, instrumentos, melodia, pela música... Sempre
me inspirou. Eu me divertia, mas alguma voz inadvertida me repreendia por algo
não estar certo. Passos, ritmo, dança... Também sempre desconstruí palavras,
rimas, significados, imagens, sentimentos, respirações. Aliar tudo isso a fechar
os olhos e harmonizar o corpo com o invisível me ressignifica mais uma vez. É terapia
dissociativa unida as palavras do universo.
Neste verso eu me crio,
recrio, silencio, sorrio e grito. Dançar te prepara para a vida e te desmonta. Há
expressão de tudo isso em duas personificações: Brenda e Anderson. A história
deles. Tudo que a dança fez e faz até aqui com estes dois. A alegria incontida
ali. Aqueles sorrisos livres e iluminados. Entender o sentir e o sentimento
pela leveza e intensidade do toque. Limpar a mente. Relaxar o corpo. Dá uma
clareza para dançar até nas sombras. Dançar é ser poesia. Ah, e eles são
Poesia.
Estar trocando experiências
com Brenda e Anderson foi mais um degrau evolutivo, não só na dança, mas na
vida. Em dois dias reduzidos a poucas horas - porque não há tempo para dizer
ser o suficiente -, eles lembraram a todos ali presentes, compartilhando, que a
primeira expressão da alma é o movimento, o silêncio, a concentração, o
relaxar, uma descoberta constante do equilíbrio e da liberdade do corpo. Diante
de tantos obstáculos na vida, no tempo deles, eles foram lá e dançaram,
ressignificaram os problemas, as dores, os amores os traduzindo em liberdade da
ponta dos dedos dos pés até o último átomo sobre a cabeça.
Brenda Carvalho e Anderson
Mendes são seres humanos únicos construindo e desconstruindo diariamente provocando
reflexões e muitas emoções com o que mais amam: a dança. Como cada um de nós
que parou de repetir e passou a questionar, a liderar a si mesmo, eles ensinam
os primórdios do ser humano. Os primeiros momentos de aprendizagem, a pureza, a
atenção aos detalhes, a cada parte de si mesmo e assim elevam a arte de dançar
porque cantar ainda necessidade de som, mas o corpo para dançar completo,
inteiro, íntegro, puro, precisa do silêncio dentro de si para melhor escutar.
Um comentário:
Parabéns!!! Lindo!!
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