quinta-feira, abril 28, 2011

Reticências de um bando sem vírgulas

*( o que é o céu de dimensões vítreas, senão a única visão do nosso olhar noturno... captei esperando no carro)

Uma ligação começa a noite no deslocamento de espaço
então há o limbo da madrugada e o tempo se desliga
outro lugar nos espera fora deste incômodo presente de ausência
qualquer hora nos olha como se passássemos e sequer mudamos

ah, estação atrasada batendo na janela feito ônibus na rua solitária
tremem os vidros e ninguém entra, as folhas conversam lá fora
farfalham feito frenesis faceiras fitando fortes falácias fugazes

Falso silêncio dos pelos crescendo como mato na chuva infindável

E na verdade o frio sol domina todo um meio-dia imaginado
no centro da tecnologia de uma multidão de pensamentos desencontrados

(Rafael Belo) 23h38, 27 de abril de 2011.

sexta-feira, abril 15, 2011

Depois do jantar


(* Em meio ao verde a beleza se distrai e o menor de nós se destaca por meio da nossa janela ... Captei no sítio do meu cunhado)


E a descoberta é a redescoberta de um exército de mim mesmo pronto para as batalhas pelos sorrisos e os corações repletos de causas perdidas a moverem moinhos ventando montanhas para onde soprarmos nossas mentes leves extensas pelo infinito nos arrepios dos sons tocados
pelas nossas falhas de não conseguirmos apenas observar a queda da semente

Por aquela flor de pétalas róseas e ligeiramente devoradas pela ânsia nossa de inspirar
o mundo de respiração presa pelo suspiro de nós polinizadores de pedras e espinhos

admiradores de tantas peles diversas no molde do nosso olhar colonizado pela borboleta
de uma futura flor morta ainda viva pelo contexto da paisagem adormecida em nossos corações apressados

apertados por um não se sabe sentimento de esquecimento do olhar pela janela
a deixar todos os dragões e duelos adentrarem para depois do jantar.

(Rafael Belo)
14h10
14/04/11.



quinta-feira, abril 14, 2011

Horizonte do olhar

(* 'Os horizontes estão em cada parte, mas toda sua origem nasce no nosso olhar... (RB)' ...Captei no sítio dos sogros)


A primeira vez sempre retorna inédita como a média do melhor
já acontecido feito a novidade mais esperada, a antiga, a memória não imaginada de cor
paisagens se materializam em ‘ós’ sem sós na junção de nós dois
feito luzes intensas sob qualquer escuridão na maré
nos arrastando no vai e vem da vida em pleno ar de possibilidades
e toda respiração é um inspiração efervescendo nossos sonhos em frescores

De repente é riso e conforto no meio da estrada sem mapa
é a aventura constante do Amor querendo repetir a sensação dos sabores
únicos de toda vez, e quando achar ser impossível extrapolar, então o impossível é um ponto que ficou para trás, longe dos nossos horizontes no olhar.

(Rafael Belo)
13h35
14/04/11.